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Journal :: Dezembro 2005
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4.12.2005 (dom)
Passei grande parte do dia a jogar Sims. Cheguei à conclusão que continuo mais a gostar do Sims original do que do Sims 2. O que gosto de fazer é construir e decorar as casas e não acho grande piada à parte de interacção, pelo que prefiro por os meus Sims a interagir com os cães e gatos do que com outros Sims, em que têm de ter assuntos em comum e outras complicações do estilo. No fundo os meus Sims são tão anti-sociais como eu :)

Quanto à construção e decoração das casas, graças às montanhas de expansion packs e objectos feitos por utilizadores, há muito mais variedade do que no segundo jogo. Na verdade acho que comprei as expansion packs mesmo só pelos objectos porque nunca jogo fora das casas - no das férias, por exemplo, acho que nem vi ainda o que dá para fazer.

À noite estive a decorar a àrvore de natal. Este ano resisti até ao fim, porque continuo a não estar com grande espírito, mas como a semana vai ser passada a fazer compras, achei que tinha que decorar a casa accordingly.
O pior são sempre as luzes. Estão sempre todas enroladas e perdem-se horas com aquilo. E o Pedro todos os anos quer comprar mais...
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5.12.2005 (seg)
De manhã recebemos a nossa nova Nikon D50. Infelizmente não tivemos tempo de brincar muito com aquilo porque tinhamos que ir às compras.
Fomos comprar uns filtros UV para as nossas lentes. Acho que a 50mm é capaz de já ter um risco e não quero que se estrague mais. Prefiro estragar os filtros que são substituíveis.

Enquanto estavamos no supermercado recebi um telefonema de um cliente e percebi logo que tinha que voltar para casa e resolver chatices de trabalho. Como seria de esperar, considerando o meu estado actual, já não consegui pensar em mais nada até chegar a casa.

Quando cheguei não tinha nenhum mail a explicar qual seria o problema mas recebi outro telefonema a explicar a situação. Tive de fazer um orçamento, nada de complicado.
O único problema é que parece que não vou mesmo conseguir ter um único dia desta semana, em que o Pedro está de férias, sem ter coisas de trabalho para resolver. Às vezes passam-se meses sem ouvir de nada de um determinado cliente mas assim que é suposto estar de férias começam todos a ligar ao mesmo tempo. É uma daquelas leis do universo que nunca vou conseguir compreender.

Depois disto tudo consegui finalmente ir olhar com atenção para a máquina fotográfica. Por esta altura eram já sete da tarde.
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6.12.2005 (ter)
Levantei-me relativamente cedo para esperar pela entrega das compras que chegou por volta das 11. Depois de arrumar tudo, sentei-me a comer e a ver as séries que o nosso maravilhoso gravador de DVD tinha gravado ontem. Tenho uns 15 programas semanais por isso é raro faltarem coisas para ver ao pequeno almoço desde que o cabo passou a ter canais de jeito, com séries.

Depois do pequeno almoço fui ver se tinha trabalho para o dia. Como não havia novidades, comecei a fazer outras coisas até à uma, altura em que chegou a Augusta, inesperadamente. Ela costuma vir às quintas feiras, por isso não estava mesmo à espera de a ver esta semana, por causa do feriado. Mas como ela tem uma ética de trabalho que não lembra à maioria da população nacional, achou que devia vir hoje para compensar. Tive que arrumar a casa rapidamente, para ela poder limpar sem perder muito tempo e preparei-me para sair.

Fomos até ao Bairro Alto, dar uma volta pelas lojas. Comprei dois aneis muito giros, apesar de achar que não vão durar muito porque são feitos de massa.
Tirámos algumas fotos e depois descemos até ao Chiado para fazer mais compras. Conseguimos resolver umas prendas complicadas e amanhã há mais.
Aliás, amanhã temos mesmo que acabar as compras porque durante o feriado e o fim de semana vai ser complicado. Para além de haver demasiada gente nas lojas já temos pelo menos dois almoços de família, o que corta bastante o tempo útil para estas coisas.
Mas pelo menos consegui não comprar mais coisas para mim própria - resolvi antes colocá-las na wishlist e esperar até Janeiro :)

Em vez de nos metermos no metro, resolvemos ir a pé até ao Terreiro do Paço, ver a gigantesca árvore de Natal, antes de regressarmos aos barcos. Tirámos umas fotos que ainda tenho de ver se ficaram alguma coisa de jeito, porque fotografar à noite sem tripé não é facil.
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7.12.2005 (qua)
Hoje chegou finalmente a minha encomenda da dollshouse.com. Já passou quase um mês, o que para um envio por correio aéreo me parece demasiado tempo, e estava convencida que nunca mais ia ver aquilo. A caixa estava toda amarrotada, mas chegou. Posso finalmente decorar uma ou duas divisões da casa.

De tarde fomos terminar as compras de natal. Foi relativamente fácil e rápido até faltarem duas pessoas. Aí perdemos pelo menos uma hora à volta pelas lojas à procura da combinação certa de look/price range. Acho que nunca gastámos tanto dinheiro em prendas e nem comprámos nada de especial. Sei que estou a ficar velha porque me custa a habituar à forma como as coisas sobem de preço. Mas acho que é porque os salários ficam na mesma.

Quando cheguei a casa tinha trabalho novamente.

Por volta das sete da tarde, quando acabei, fui finalmente ver com atenção os móveis para a casa de bonecas. Alguns vêm completamente montados, outros não. Deu para brincar um bocadinho :)

Depois fui embrulhar as prendas que faltavam enquanto o Pedro via um jogo de futebol.
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8.12.2005 (thu)
It's been 3 months. I'm trying to lead a normal life but failing miserably. I may seem perfectly fine but inside I'm a mess. Not the grieving mess I was for the first 2 months but something more refined. All the little quirks, fears and anxieties I had before are becoming more intense and every little thing reminds me of what happened and what I'm missing. Every single time I see a pregnant woman or a kid on the street or on tv I feel a stab in the heart.
I feel like I don't belong in the world, like I don't fit. I'm the freak in any group of people and have developed this completely paranoid delusion that everyone is watching me. I always felt like that a little bit but now it's so much more intense, inescapable.
I find myself closing the curtains everytime I enter a room. I don't even feel completely safe at home any more.
The problem is that this paranoia is partly true. I've lived in the same place for so long that most people I cross on the street know who I am, even if I don't know who they are. And I'm scared to death that one day someone will walk up to me and ask about the baby. Everytime I walk into a store, coffee shop, post office, I'm always expecting it to happen. I think I fear it so much because I still feel responsible somehow and the question would feel like an accusation.

So, knowing how I've been feeling lately, it will be no surprise to see that today was a real nightmare.

Because losing a child is not something that goes away, it has merged with every thought and feeling I have. It's part of my life now. I was pregnant for the better part of the year and to talk about recent events or feelings in anyway without mentioning that is almost impossible. But I don't want to talk about it because it makes me sad and it makes other people uncomfortable. So I have to keep checking myself.

We went to lunch with my in-laws and to dinner with my brother. I feel like I have to stop myself from saying things all the time. The conversation will eventually end up on some subject, like weight loss or whatever, that seems perfectly harmless but that will make me feel like running away from the room.
I've been obsessing about my weight because it's the last trace of the pregnancy. I can't look at myself in the mirror without thinking about it, so I'm desperate to lose the weight and look like myself again. And because I think about it so much, I will naturally talk about it at some point in the conversation, but when I do, I immediately wish I hadn't because I feel completely exposed since there is no way to separate the two subjects in my mind. I usually shut up at this point and try to push it all down but I can't help feeling uncomfortable.
These moments happen maybe two or three times during each family gathering, making two in one day feel like more than I can handle.
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9.12.2005 (fri)
I hate my phone. Actually, I hate phones generally speaking, not just mine.

I woke up with the phone. When that happens first thing in the morning I always fear the worse, but since I didn't recognize the number I didn't pick up. I went back to bed and it rang again. It was a client. Not only that but a client that had been informed I was on holiday. Mental note: remember to disconnect the phone before going to bed.

We watched the last episodes of Monk season 3. The last one is so completely depressing (especially for us) that I wish I hadn't seen it. I was hoping for something happy to cheer me up before going to bed and it turned out to have the opposite effect.
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10.12.2005 (sat)
P. spent the day assembling a computer. Our flat looks like the place computers go to die. There's boxes of parts everywhere and several extra machines apart from the 4 that are currently in operation (why we need four is still a mystery to me).
So P. got to work assembling another one for the living room, so that we can play games on the big tv. He's been battling with the thing for a few days now and today he decided to really get into it. It took the whole day and he was in a terrible mood.

So I wandered around playing with the new camera for a while, to stay out of his way.

At 5 PM my parents called asking if we wanted to meet them for tea. Since I had been with everyone else the day before, I figured it was only fair to go. Being in a public place is even worse than going over to someone's house because I have to avoid looking at the people that come and go in case they look back. But I managed.
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11.12.2005 (dom)
Como forma de terapia resolvi dar uma volta no meu roupeiro e livrar-me de tudo o que já não me serve. Quando se está a tentar perder peso e todos os dias se constata que a roupa não nos serve não ajuda nada. De qualquer forma acho que tinha coisas a mais.
Quando acabei tinha um saco gigantesco de roupa. Tenho de o dar rapidamente a alguém porque se olho para aquilo outra vez começo logo 'oh, mas eu gosto tanto desta saia' e volta tudo ao mesmo.
Para atenuar os problemas de consciência, pelo menos sei que a roupa vai para alguém que precise dela porque os meus pais encarregam-se sempre de distribuir as coisas. Como muitas delas estão em óptimo estado era um crime deitá-las fora, razão pela qual ocupam espaço no meu roupeiro há tanto tempo.
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12.12.2005 (seg)
Chegou hoje a carta do hospital a marcar a consulta. É o último assunto oficial que tenho de tratar relacionado com a gravidez.
Há pouco tempo fomos revelar umas fotos que estavam na máquina desde Agosto e foi estranho ver-me assim. Quase não me reconheço. Parece tudo tão distante às vezes, como se tivesse acontecido a outra pessoa. E outras vezes ainda parece que foi ontem.

Como percebi que o telefone é a maior causa do meu stress resolvi deixá-lo desligado, ligando de vez em quando para ver se tenho mensagens. Assim pelo menos não sinto que tenho de estar sempre a correr para o atender e pode ser que pare de imaginar que está a tocar mesmo quando não está. Já tinha dito que odeio telefones?
Sei que o problems vem do facto de não conseguir falar com pessoas sem me preparar para isso primeiro. E atender o telefone elimina o tempo de preparação necessário e deixa-me nervosa. É estúpido mas não consigo evitá-lo. Não sou boa a improvisar.
desde que inventaram os telemoveis pareque que temos a obrigação de estar disponíveis 24 horas por dia e isso irrita-me. Já ninguém deixa mensagem. Preferem sempre voltar a ligar mais tarde quando a filosofia deveria ser, se não deixa mensagem não é importante.

Tive uma série de pequenas coisas para fazer hoje. Consegui manter-me relativamente calma graças à técnica de desligar o telefone cada vez que queria ter um bocado sem interrupções.
Acho que o facto do Pedro ter estado em casa a semana passada também ajudou. Quando estou sozinha é muito mais fácil ter reacções exageradas.

Mas mesmo assim ainda não consegui ir simplesmente tocar piano ou tirar fotos e não me preocupar com o resto. Também já era pedir demais.
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13.12.2005 (ter)
De manhã tive algum trabalho mas a tarde foi calma. Estive a digitalizar fotos e resolvi criar uma conta no flickr. É rápido mas não me convence inteiramente. Acho que gosto de ter mais contolo sobre as coisas. Provavelmente a versão paga será mais flexível, mas para isso prefiro continuar a fazer como até aqui. Só tenho o trabalho extra de ter que reduzir as fotos antes de as colocar online.

Pouco antes das seis resolvi ir tomar banho. Dentro da minha técnica actual, resolvi desligar o telefone para não ser interrompida. Como não podia deixar de ser, quando o voltei a ligar tinha duas chamadas não atendidas. É uma pontaria fenomenal. Não admira que eu ande sempre nervosa. Estou disponível o dia todo, mas assim que decido ir fazer alguma coisa começam logo a telefonar-me. Parece que adivinham.

Combinei com a minha mãe ir às compras amanhã para ver se arranjo finalmente uma prenda de Natal para o Pedro. Já sei mais ou menos o que quero, se conseguir encontrar.

À noite fomos às compras. Comprámos um teclado e rato wireless para o computador da sala. Agora preciso de instalar os jogos para ver se já experimento aquilo no fim de semana.
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14.12.2005 (qua)
Hoje acordei nervosa outra vez. Em vez de ficar à espera que me ligassem resolvi responder eu às tentativas de telefonema de ontem para saber o que se passa, pensando que talvez isso me ajudasse a acalmar. Não ajudou. Não percebo bem porquê. Nenhum dos casos era grave nem preocupante.
O que só quer dizer que o nervosismo vem de outro lado. Eu não costumava ter tantos problemas a perceber o que se passa comigo.
A única razão que vejo é que estou à espera de uma aprovação de orçamento para um trabalho que deveria estar pronto até ao final do mês e está a começar a ficar apertado. E como vou sair esta tarde, se a aprovação chega entretanto, vou passar o dia a pensar que devia estar a trabalhar. Mas é uma razão um bocado parva.

O resultado prático é que ainda não são onze da manhã e eu ando pela casa sem conseguir decidir o que fazer. Não é que não tenha nada para fazer mas estou tão nervosa que não consigo começar nada.

Resolvi ligar à minha mãe e avisar que podiamos sair quando ela quisesse. Passado algum tempo ela veio-me buscar e fomos às compras. Consegui finalmente comprar umas prendas para o Pedro - uma para a noite de 24, uma para o dia e outra para a passagem de ano. Mas pareceu-me pouco. Quando cheguei a casa trazia montes de sacos e estava convencida que tinha mais coisas. Isto porque fui comprar uma coisa para outra pessoa, a pedido, e acabei por trazer também um casaco para mim (é irresistível).

Almoçámos no fórum depois das compras e voltámos para casa.
De tarde estive a ver um filme e quando já estava mais calma fui ver o email. Tinha um problema para resolver e ainda por cima uma coisa super complicada, com layers, que nunca ficam onde se quer. Perdi horas com aquilo e quando o Pedro chegou finalmente a casa, perto das 10 e depois de um dia lixado, ainda teve de estar a ajudar-me com aquilo.
Acabámos perto da meia noite, altura em que fomos finalmente jantar. Eu já estava tão cansada que já não tinha paciência para nada e ainda fiquei preocupada com a possibilidade de ter que fazer mais alterações àquilo amanhã.

Este tipo de situações são horriveis. São coisas que em teoria são muito simples mas dão tanto trabalho que nuiguém acredita. E como tal nem sequer posso facturar as horas que aquilo demorou realmente porque dava um valor absurdo. É o que se chama trabalhar para aquecer.

Já me aconteceu uma vez um cliente pedir para gravar o site para cd sem ter noção do que isso implicava. Achava que era só copiar o html para o cd e pronto. Só que como o site estava feito com includes que só funcionam online, era preciso colocar os includes em todas as páginas, para além de uma série de alterações nos links que iam para cgi, etc. Acabaram por recusar a factura e devolver os cds e ainda devem achar que estavam a ser roubados quando no fundo eu é que tive aquela trabalheira toda para nada. Acontece.
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15.12.2005 (qui)
Esta noite tive um sonho directamente influenciado pela morte do meu avô no Natal passado. Estava relacionado com o dia antes de dar prendas a alguém e tinha o meu pai ao telefone a perguntar em que estado estava a pessoa e depois a olhar para mim e abanar a cabeça. O resto é irrelevante, mais ou menos. Sei de onde vêm alguns dos outros elementos e não me parece que tenham muita importância. A proximidade no Natal e o facto de ter a sala cheia de embrulhos outra vez, sabendo que no dia 25 do ano passado estava no funeral do meu avô está bastante presente.
Não consigo deixar de pensar que foi um ano horrível e só desejo que acabe depressa.
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17.12.2005 (sab)
Esta tarde fui para Lisboa para me encontrar finalmente com a Carla que já não via desde o verão.
lanchámos no sítio do costume, onde quebrei completamente a dieta, e depois demos uma volta pelo bairro alto.

Passámos numa loja chamada 'uma casa portuguesa' que tem basicamente uma colecção de produtos de fabrico nacional que mantiveram o look dos anos 50 e 60, à base daquelas ilustrações típicas da época e que reconheço tão bem. É realmente giro ver todas aquelas coisas reunidas num só local. Eles vendem caixas com diversas selecções de produtos mas também se pode comprar os vários produtos individualmente.
Apesar de ter piada e de dar uns presentes de natal fabulosos, algumas daquelas coisas são um bocado caras, como por exemplo sabonetes a 8 euros. Mas vale pela piada.
Quando a Carla foi pagar reparei que a senhora que estava a tratar do multibanco era a Catarina Portas que nos explicou que aquela loja especificamente era uma coisa temporária e que vai fechar dia 6 de Janeiro pelo que já não dá muito tempo para lá voltar. Mas têm um site que indica outros locais de venda, para os interessados.

Ainda demos uma volta nas lojas de roupa onde acabei por comprar uma camisola.

No barco um rapaz viu o meu palm e perguntou-me se podia enviar uma mensagem aos pais. Eu expliquei que era só um plam, não dava para enviar mensagens e que o meu telefone estava sem bateria. Ele contou-me uma grande história sobre como tinha chegado do aeroporto, também não tinha bateria no telefone, etc e indiquei-lhe que nas estações de barcos costuma haver telefones de cartão ou moedas.
O rapaz parecia realmente atrapalhado mas a realidade dos nossos dias é que provavelmente não lhe passava o meu telefone para as mãos mesmo que tivesse bateria. E no fundo tenho pena, porque até gostava de poder ajudar. Mas o cinismo resultante de ter que passar o tempo a proteger a mala nos transportes públicos e de saber que há tantos confidence scams por aí faz com que nem arrisque. É pena.
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18.12.2005 (dom)
Depois de entregar os filmes no Blockbuster o Pedro comentou que agora não tinhamos nada para ver.
Por isso, e para eliminar um bocado a sensação de que nada vale a pena que temos sentido ultimamente, sugeri jogarmos scrabble. Costumavamos jogar há uns anos, antes de nos casarmos, mas nunca mais pegámos naquilo. Como é em inglês tem algumas dificuldades - uma coisa é falar uma lingua e outra é conseguir fazer anagramas com um número limitado de letras em 5 minutos - mas temos conseguido colocar as letras todas no tabuleiro.
Eu perdi os jogos todos porque não estava a ligar nenhuma às casas que duplicam os pontos... Tenho que tirar o curso.
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20.12.2005 (ter)
Durante o dia, quando o sol começa a bater na varanda e os gatos se reunem para apanhal com o calor, aproveito para lhes tirar fotos. Tirei uma série delas ao Jones que ficaram impecáveis.
Devia ganhar coragem e ir tirar fotos para a rua mas ainda não consegui. Ando a sair cada vez menos de casa e os pesadelos recomeçaram.

Eu não queria mas teve mesmo que ser - fomos às compras quando o Pedro chegou do trabalho. Por causa da minha dieta há uma série de coisas que não posso comer e as que posso acabaram.
Ir ao Fórum na semana antes do Nata é completa loucura, mas como é dia de semana foi menos mal. Tentámos despachar as compras o mais rapidamente possível e voltar para casa.
Na caixa ao lado da nossa estava um casal com um bebé e tive que me manter de costas para eles para me conseguir controlar. Às vezes ainda é complicado.
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22.12.2005 (qui)
O meu corpo odeia-me.
Estou de dieta há semanas e nada. Se faça o mais pequeno deslize ganho 200 a 500 gramas de um dia para o outro que ficam insistentemente instaladas durante sei lá quanto tempo.
Estou a chegar àquela fase em que os resultados não são visíveis, estou farta de passar os dias com fome (apesar de comer várias vezes ao longo do dia para não matar muitos neurónios) e começa a custar. Vou ter de respirar fundo e convencer-me que vale a pena para perder os 2-4 quilos que ainda faltam. Basicamente tenho que fazer mais exercício, mesmo sabendo que fico com uma fome brutal depois. Mas estou a ver que isto não desce mais só com dieta.
Se alguém me oferece chocolates no Natal leva com eles na cabeça.

Os ultimos dias têm sido calmos. Parece que pelo menos na semana antes do natal me deixam em paz.

O Pedro é que tem andado deprimido, o que me deixa ligeiramente preocupada. Acho que ele teve de reprimir muito aquilo que sente para conseguir ir trabalhar todos os dias e comportar-se normalmente e por isso quando se sente mais triste não é capaz de o exprimir.
Gostava tanto de poder fazer qualquer coisa mas não sei o quê. Eu pelo menos choro um bocado e fico melhor mas ele não consegue. Não consegue deixar de pensar que por esta altura estaria a comprar brinquedos para o Alex e que sem isso o natal não tem significado ou interesse. O que é inteiramente verdade. No fundo é pouco mais do que um almoço de família como todos os outros, já que para nós não tem significado religioso. Como ainda por cima nem temos neve, a única piada da época são as luzinhas que aparecem por toda a cidade.
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23.12.2005 (sex)
O Pedro ficou em casa hoje por isso fomos fazer uma últimas compras. Eu andei a vaguear pelas lojas de roupa mas não encontrei nada de jeito.

Quando voltámos para casa o Pedro foi fazer a pintura para a Marta e eu estive a digitalizar uma foto para imprimir uma ampliação. Mas como o meu computador não tem meória quase nenhuma e a resolução da foto era tão alta, cada vez que fazia alguma coisa, como gravar, tinha de esperar 20 minutos. Isto quer dizer que perdi 4 horas a tratar a foto e quando finalmente ia imprimir a cabeça de impressão estava suja e não saia tinta azul.

O Pedro não parava de me dizer para desistir o que quase resultou na sua decapitação porque não há nada mais irritante do que estar a tentar resolver um problema, passar horas com aquilo e ter alguém a dizer para desistir, e acabei mesmo por parar antes de espetar um machado na impressora.
Odeio o Natal.
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24.12.2005 (sab)
O dia de hoje era suposto ser relativamente calmo. Ia ser um almoço com os meus pais e depois uma tarde e noite a ver filmes. Em teoria achava que estava preparada. Mas infelizmente as coisas nunca correm exactamente como se espera. Quando começaram a chegar pessoas a casa dos meus pais e eu comecei a ver a sala a encher e a minha mãe a preparar-se para passar do almoço para o lanche entrei em pânico. Comecei a sentir-me sufocada. Tive que me vir embora. Aliás, por causa de tudo isso acabei por ficar bastante mais tempo do que tinha previsto, o que também não ajudou.
Eu sei que estas coisas é mesmo suposto serem para a família mas este ano não consigo. Não faz sentido festejar coisas em família porque a minha família, a que eu esperava ter, deixou de existir. E o vazio está sempre presente, mesmo que insconscientemente.
Mas estou tão farta de me sentir assim que tento desesperadamente parecer normal. Ao ponto de me conseguir convencer que está tudo bem, que o pior já passou. Só que assim que acontece a mais pequena coisa imprevista parece que perco o contolo. Fico tal e qual um animal ferido. Parte de mim quer fugir e parte quer atacar. Começo a sentir a frustração a aumentar como um peso no peito e com vontade de partir tudo. o gajo que inventou o Hulk devia sentir-se assim de vez em quando.
Não me sentia tão ameaçada por nada desde a adolescência e tinha esperança de nunca mais ter de me sentir assim.

Quando cheguei a casa enfiei-me no quarto e demorou um bocado até ter coragem de sair. Mas como o Pedro passa a vida a queixar-se que cada vez que está em casa eu estou deprimida, senti-me na obrigação de fazer um esforço.
Fomos então ver o Lord of the Rings acompanhados de grandes doses de comfort food.
Já vi a última batalha do segundo filme de olhos fechados por isso resolvemos ficar por ali.
Fizemos uma rápida troca de prendas em que o Pedro me ofereceu um DVD do Maigret e um telemóvel para eu poder separar as chamadas da família das de trabalho.
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25.12.2005 (dom)
O dia de hoje era suposto ser relativamente calmo. Ia ser um almoço com os meus pais e depois uma tarde e noite a ver filmes. Em teoria achava que estava preparada. Mas infelizmente as coisas nunca correm exactamente como se espera. Quando começaram a chegar pessoas a casa dos meus pais e eu comecei a ver a sala a encher e a minha mãe a preparar-se para passar do almoço para o lanche entrei em pânico. Comecei a sentir-me sufocada. Tive que me vir embora. Aliás, por causa de tudo isso acabei por ficar bastante mais tempo do que tinha previsto, o que também não ajudou.
Eu sei que estas coisas é mesmo suposto serem para a família mas este ano não consigo. Não faz sentido festejar coisas em família porque a minha família, a que eu esperava ter, deixou de existir. E o vazio está sempre presente, mesmo que insconscientemente.
Mas estou tão farta de me sentir assim que tento desesperadamente parecer normal. Ao ponto de me conseguir convencer que está tudo bem, que o pior já passou. Só que assim que acontece a mais pequena coisa imprevista parece que perco o contolo. Fico tal e qual um animal ferido. Parte de mim quer fugir e parte quer atacar. Começo a sentir a frustração a aumentar como um peso no peito e com vontade de partir tudo. o gajo que inventou o Hulk devia sentir-se assim de vez em quando.
Não me sentia tão ameaçada por nada desde a adolescência e tinha esperança de nunca mais ter de me sentir assim.

Quando cheguei a casa enfiei-me no quarto e demorou um bocado até ter coragem de sair. Mas como o Pedro passa a vida a queixar-se que cada vez que está em casa eu estou deprimida, senti-me na obrigação de fazer um esforço.
Fomos então ver o Lord of the Rings acompanhados de grandes doses de comfort food.
Já vi a última batalha do segundo filme de olhos fechados por isso resolvemos ficar por ali.
Fizemos uma rápida troca de prendas em que o Pedro me ofereceu um DVD do Maigret e um telemóvel para eu poder separar as chamadas da família das de trabalho.
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26.12.2005 (seg)
Acordei com uma compulsão quase incontrolável de fazer compras. Acontece todos os anos depois do Natal: depois de um mês a pensar 'não posso comprar isto porque podem-me dar no Natal' chega finalmente o dia em que posso comprar o que quiser sem problemas de consciência. Resolvi finalmente ir comprar roupa de Inverno. Nunca compro roupa de inverno. Tenho cerca de 4 camisolas no armário, that's it. E como nunca me dão roupa no Natal, altura em que o resto da malta fica com um guarda roupa completo para a estação, fui finalmente tratar do assunto. Comprei dois casacos, uma saia e uns tops que ainda por cima estavam com 30% de desconto. Ainda faltam umas calças quentinhas porque as que tenho são todas de verão ou jeans. Mas isso fica para depois.
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27.12.2005 (ter)
Hoje de manhã saí para ir comprar uma saia. Apanhei o autocarro mas como não tinha moedas suficientes para o bilhete e o motorista não tinha troco tive de voltar a sair e apanhar outro. Maravilha de serviço público, não é?

Quando cheguei à loja só tinham a saia em small ou castanho. Ainda experimentei a castanha mas ficava um bocado folclórica. Há uns anos teria comprado, porque comprava muitas coisas por impulso quando não encontrava exactamente o que queria, mas agora já não faço isso. A senhora da loja ainda ligou para o armazém para saber se havia mais alguma mas não tive sorte.

Voltei para casa a pé mas por esta altura já estava tudo fechado para almoço. Passei no M Bica e descobri finalmente onde os góticos de Almada compram a sua roupa. Era uma daquelas dúvidas que eu tinha há anos. Devem existir lojas especificas para aquelas pessoas que se vestem da mesma forma independentemente das modas.
Eu nunca tive pretensões a gótico, filosoficamente falando, mas gosto do uniforme. Isto porque gosto de preto e de vestuário retro. Não retro anos 70 mas retro século 19 e anteriores. Tipo vestidos vitorianos, com corpetes e longas saias rodadas, ou corte império com casacos militares tipo Napoleão. Enfim, gostava de me vestir à period movie em versão actualizada. Daí que esta loja é um achado porque está cheia de saias compridas e corpetes. Tenho de lá voltar num dia em que esteja aberta. Sendo uma loja gótica suponho que só abra à noite :)

Acabei por voltar à loja de tarde. Só está aberta desde Outubro e pertence a uma senhora muito simpática chamada Cristina Sousa que faz as roupas todas da loja. Por isso é que a loja só abre de tarde: de manhã está ela sentada à máquina de costura.

São tudo peças únicas e acho que trazia uma série de coisas se não fosse um problema: Os tamanhos. Como não consigo vestir nada abaixo do 40 a escolha torna-se um pouco mais limitada. Mas consegui encontrar dois corpetes e uma saia que me serviram perfeitamente. Também tinha uns casacos de veludo lindissimos mas acho que já era um look um pouco mais extremo do que aquilo que me atrevo a usar no dia a dia. Talvez um dia destes...
Agora faltam os sapatos. Geralmente uso as Doc Martens mas o raio da biqueira rompe-me as meias todas e isso irrita-me profundamente.

Quando o Pedro chegou do trabalho fomos ao Fórum. Comprei umas botas e não encontrei o colar que queria.
Entretanto encontrámos o Filipe e a Marta, amigos do Pedro e fomos para o café da Fnac conversar um bocado. Pareceram-me muito simpáticos e até estive bastante à vontade, o que é raro para mim.
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28.12.2005 (qua)
Como estava um bocado sem objectivos hoje, acabei por pegar novamente nos dados sobre a família e estive quase a desatar a pedir certidões. Mas depois achei que era melhor falar com os meus pais primeiro porque pode ser que tenham lá alguma coisa que sirva. Entretanto acabei por decidir pedir uma só para experimentar mas fica para amanhã.

À noite comecei a ver um filmezinho do Poirot (prenda de Natal do pedro) e quando o Pedro chegou vimos o Extreme Makeover enquanto jantávamos. Eu não acho muita piada a reality shows mas aquele é tão absurdo que acabei por ficar a ver um dia destes - um programa de televisão em que fazem operações plásticas a pessoas é mesmo o cúmulo do exagero mas é curioso ver o que sai dali. Para quem não conhece há um site com fotos de antes e depois.
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29.12.2005 (qui)
Acordei por volta das 4.30 da manhã com dores horríveis nas costas e no pescoço. Não conseguia mexer a cabeça sem dor e passei o resto da noite a tentar descansar sem grande sucesso.
Quando me levantei finalmente foi para tomar um relaxante muscular para ver se ajudava. À hora de almoço ainda estava exactamente na mesma. Tomei mais um comprimido e por volta das 4 da tarde já estava um bocadinho melhor, apesar de continuar a ter dores agudas cada vez que tentava fazer um movimento mais amplo.
Como é que uma pessoa consegue ficar neste estado só de dormir? É que nem sequer acordei em nenhuma posição estranha...

O máximo que consegui fazer todo o dia foi por a loiça na máquina, e mesmo assim com muito esforço porque olhar para cima ou para baixo é muito doloroso. Senti-me um bocado como uma girafa - não sabia bem o que fazer ao pescoço.
De resto estive na sala a tentar sentar-me muito direita ou ao computador a fazer o mesmo esforço. Não conseguia sequer pensar em voltar para a cama. Tinha medo de ficar pior. Fui tentando forçar-me a mexer os braços e os ombros (movimentos esses que causavam tantos estalidos que até parecia que estava a fazer pipocas) mas não melhorei muito mais.

Tentei falar com a minha mãe para ver se ela me arranjava alguns documentos que tenha para lá - certidões de nascimento ou casamento - mas ela está de serviço todo o dia no hospital de Palmela. Não estava à espera porque já tinha estado no domingo de Natal, mas pelos vistos isso não contou. Ser médico tem destes inconvenientes. Combinámos então falar amanhã.

Acabei por pedir a minha certidão de nascimento à experiência para ver com que informação vem. Li que era suposto incluir os nomes dos avós mas estou muito desconfiada. Se não tiver quer dizer que as certidões não me servem para nada porque para pedir uma certidão preciso do nome dos pais, data de nascimento da pessoa, etc e o objectivo de pedir as certidões era descobrir essa informação.
Tenho de esperar para ver.
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30.12.2005 (sex)
Amanhã é a passagem de ano. Tal como o Natal, não é algo que me apeteça muito celebrar porque não consigo distanciar-me de tudo o que aconteceu este ano, bom e mau. Mas estou a fazer um esforço.

Como vai sendo costume, concordámos em passar a noite em casa dos meus sogros. Este ano parece que vai a família toda e graças à inclusão de prendas é quase um segundo natal. As diferenças são ao nível das prendas serem geralmente menos sérias, a noite ser passada som do Pedro e Artur a tocar músicas dos Beatles na guitarra e a novidade este ano incluir fatos étnicos para toda a gente.

Os meus sogros fartam-se de viajar e têm uma série de fatos comprados em diversos países, pelo que compreendo porque se lembrariam de uma coisa destas. Infelizmente, para nós simples mortais, a coisa não é tão fácil.
Mas apesar de não estar co muito espírito festivo também não queria ser a chata que não ligou nenhuma por isso fiz um esforço por encontrar qualquer coisa que pelo menos se assemelhasse a um fato tradicional de um sítio qualquer.

Considerando que os fatos tradicionais femininos de uma série de países europeus são muito semelhantes: blusa branca com um corpete por cima e saia rodada, conseguiu-se arranjar qulquer coisa. Não será muito legítimo e vai ser difícil definir de onde é o fato específicamente, mas foi o que se conseguiu arranjar.
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31.12.2005 (sab)
Durante todo o dia tentei ignorar a data. Estive na sala a fazer o meu tapete e a tentar não pensar nisso. Só por volta das sete é que comecei a preparar-me para sair. Vestir o fato não demorou muito mas a maquilhagem demora sempre um bocado, e por esta altura já o Pedro estava à porta à minha espera. Ainda faltava o cabelo que precisava de umas tranças, algo que parecia complicado mas que afinal consegui fazer em dez minutos.

Fomos então para o jantar em casa dos meus sogros, onde estava toda a gente mascarada. Depois da sessão fotográfica obrigatória jantámos. A minha sogra fez a sua excelente tarte de amendoa para a sobremesa, algo a que não consigo resistir. Só me espanto como é que ainda não engordei 5 quilos com estes almoços e jantares todos.
O cão da Marta, que já no Natal comeu um prato inteiro de sonhos, estava constantemente a saltar-me para o colo para conseguir chegar à mesa.

Depois do jantar foi toda a gente para a sala e começou a sessão musical. Nesta parte da noite sinto-me sempre fora do meu ambiente e acabei por passar hora e meia sentadinha a um canto à espera da meia noite.
À meia noite criou-se a mania de ir toda a gente para a varanda, algo que não compreendo inteiramente. Suponho que a ideia era ver-se o fogo de artifício de Lisboa, mas na verdade acho que ninguém vê nada (certamente este ano ninguém ligou nenhuma) e o espaço é apertado e frio. O facto do tio do Pedro ter deixado cair um copo de champagne mesmo ao meu lado durante o fogo de artifício, também não ajudou a que se visse alguma coisa :)

Quando viemos embora eu já não me aguentava em pé, graças ao salto megalomano dos sapatos. Tipico fim de noite de festa para as senhoras, I guess.
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