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diário :: Dezembro 2003
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1 de Dezembro, segunda
Resolvemos ir ao Fórum fazer umas compras de Natal. Acabou por ser impossível. O parque de estacionamento estava mais congestionado que qualquer estrada em hora de ponta e acabámos por desistir. Eu fiquei, o Pedro voltou para casa.

Deu-me a oportunidade de vaguear à vontade pelas lojas de roupa - o Pedro costuma ficar à porta e acabo por fazer tudo à pressa para ele não esperar muito tempo. Parece que é uma técnica tipicamente masculina - e acabei de comprar as prendas para o meu lado da família.
Tanto eu como o Pedro queremos comprar um casaco de cabedal e encontrei uns giros para o Pedro, dentro do orçamento, para para mim são um bocado carotes. Principalmente porque quero um pelo joelho e quanto mais compridos mais caros são.

O Pedro foi finalmente ter comigo por volta das seis e meia e demos mais umas voltas mas não adiantámos muito a nível de prendas de Natal. Ele estava com alguma pressa para ir ver um jogo de futebol.
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2 de Dezembro, terça
Tive mais uma consulta de dentista às 3. Levei anestesia e tudo e mesmo assim o dente doeu e não foi possível acabar. Tenho de voltar em Janeiro. Depois fui fazer umas compras por Almada. Comprei umas botas mas não encontrei mais nada de jeito.

À noite levámos os gatos ao vet. O Jones é a fera do costume quando se trata de levar as vacinas. É preciso agarrá-lo com toda a força e passa o tempo a rosnar. No fim deu um bruto salto em direcção à cara do Pedro e acabou por se fixar no ombro, de onde não queria sair. Temos um Bucky, não há dúvida.
A Scully portou-se melhor mas temos de voltar a fazer o tratamento ao ouvido dela - gotas duas vezes por dia - como ela adora :P

Assim que chegámos a casa eles acalmaram-se e dar os comprimidos de desparazitação não custou nada. O Pedro acha que temos que começar a pagar consultas dos veterinários ao domicílio :)
A outra opção é passar a dar ao Jones o Program em comprimidos em vez de injecção. Assim só temos que o levar uma vez por ano em vez de a cada seis meses.
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3 de Dezembro, quarta
Passei a manhã no Fórum, a ajudar a minha mãe a fazer compras de Natal. Ela foi muito simpática e deixou-me escolher uma camisola e um casaco como prendas. Como já tinha andado a dar uma volta pelas lojas, foi mais ou menos fácil de encontrar aquilo que precisava.
Almoçámos por lá e demos mais umas voltinhas antes de voltar para casa.

De tarde fui com o Pedro às finanças mas não conseguimos tratar de tudo. Amanhã há mais.
Ainda perdi algum tempo a estender roupa e a arrumar a casa antes de ir à noite ao escritório buscar coisas. Desta vez a rua já não estava cortada e deu para estacionar mesmo à porta em vez de andarmos a carregar com coisas pela rua fora.
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4 de Dezembro, quinta
Passei a manhã a tratar de uma série de coisas - ir ao banco, às finanças, etc.
Consegui finalmente comprar sacos para o aspirador - seja qual for o aspirador esta é uma daquelas tarefas impossíveis - e tratei de uma seca relacionada com a contribuição autárquica.
De tarde não fiz grande coisa. Resolvi descansar um bocado depois das voltas da manhã e acabei por ir ficando.

Gostava de poder dar por terminado o trabalho que andei a fazer o mês passado mas nunca mais me dizem nada....

À noite fomos fazer umas compras de Natal. O Pedro anda completamente estoirado e por isso fomos apenas comprar aquelas coisas que já estavam previamente decididas. Agora temos que tirar um dia para dar uma volta e ver se temos ideias para o resto.

Fomos ainda ao Jumbo comprar comida. Antes da mudança tinhamos o selecção mesmo ao pé de casa e dava para ir lá comprar as coisas que iam acabando - queijo, fiambre, pão, fruta, etc. - Agora temos que ir ao Jumbo ou ao Pingo Doce pelo menos uma vez por semana. É um bocado chato porque se perde imenso tempo. Acabamos por perder sempre uma hora em vez dos anteriores dez minutos.
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6 de Dezembro, sábado
Hoje foi um dia de trabalho intenso.
Às 3 da tarde fomos ao escritório desmontar uns móveis e por volta das 4 o meu pai foi lá ter para nos ajudar a carregar as coisas. Não foi nada de especial - um armário e umas mesas - mas subir e descer escadas e carregar com tábuas torna-se cansativo ao fim de um bocado.
Às 6 estava tudo cá e passámos o resto da tarde a montar novamente as coisas e a mudar a casa.
A ideia é voltar a passar o escritório do Pedro para a sala mais pequena, que tem estado desabitada, e poder fazer um segundo quarto na assoalhada maior (temos esperança de vir a precisar dele daqui a uns tempos).
Tinhamos pensado adiar a mudança até haver alguma certeza de que eu estava grávida mas depois também não convinha andar a carregar com móveis pesados, por isso ficou já resolvido.

O meu computador e o piano ficaram na sala. Como está tudo com rede wireless, é uma maravilha.
Tenho uma mesa mais pequenina, que ocupa muito menos espaço e cabe tudo melhor do que eu estava à espera - a nossa sala nova é maior do que parece.

É claro que agora temos tralha por todo o lado - duas impressoras antigas e 3 caixas com restos de computadores que ainda trabalham mas que não nos servem para nada. Acho que tenho que fazer um leilão :)

Ficámos também com uma mesinha simpática na marquise e coloquei grande parte das plantas na vertical, numa estante, em vez de estarem todas espalhadas pelo chão. Fica mais arrumadinho e visualmente resulta melhor.
A mesa vai dar jeito no verão, tanto para o Pedro poder pintar como para levar o portátil e ficar ali a trabalhar com vista para o rio.

Como a casa é o meu HQ estou sempre a tentar fazê-la mais simpática e funcional. Acho que é importante.
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7 de Dezembro, domingo
Acordei com montes de dores musculares, especialmente nas pernas. As mudanças e arrumações a este nível são sempre equivalentes a uma bruta tareia.
Mas em vez de passar o dia a recuperar descansando no sofá, fui com o Pedro à Costa dar uma volta.
Assim que subimos as escadinhas e vemos o mar, não conseguimos evitar o pensamento do costume - vivemos mesmo aqui ao pé e vimos cá tão poucas vezes!
Demos um longo passeio, até ao fim do pavimento alcatroado e voltámos para trás. Teria sido mais agradável se não houvesse tanta gente com a mesma ideia. Mas assim que há um raiozinho de sol vai toda a gente para a Costa.

Vimos um tipo com dois cães, um deles absolutamente minúsculo: um bebé preto e castanho que cabia praticamente na palma da mão. Como o bicho era adorável, as senhoras não resistiam a ir lá espreitar mais perto. O que faz logo pensar que a técnica infalível de passear o cãozinho para atrair as meninas continua a funcionar. Só que o tipo estava com pouca sorte porque as senhoras que se dirigiam na sua direcção tinham, em média, 60 anos :P
Ou seja, o exibicionismo nem sempre resulta como se quer.
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8 de Dezembro, segunda
Mais um feriado que deu imenso jeito porque o Pedro teve tempo para ir comigo fazer compras de Natal. Estava um pouco menos de confusão do que a semana passada. Ficou quase tudo feito, faltando apenas uma ou duas prendas.
Depois fomos comprar uma prenda especial ao M. Bica e o Pedro quis passar numa daquelas lojas chinesas para ver se encontrava alguma coisa com piada. Acabámos por encontrar um daqueles globos com rais electricos que se alteram quando se toca no vidro a metade do preço a que temos visto noutros sítios e lava lamps a 15 euros. Ainda pensei em comprar um para o meu irmão mas depois fiquei na dúvida se ele gostaria de ter um lava lamp em feitio de fogetão. Eu acho piada mas ele poderia achar demasiado piroso (apesar do objectivo ser um bocado esse).

À noite estive a fazer embrulhos, o que demorou um bocado. Como faço as etiquetas e os laços e tudo, demora sempre mais um bocadinho do que o estritamente essencial. Mas dá mais gozo assim.
Ainda estou a habituar-me ao novo layout da sala, mas acho que funciona bem.
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9 de Dezembro, terça
De manhã fui ao banco e à tarde aos correios, que estavam a abarrotar. Se esta estação de correios já é lenta em qualquer altura do ano, em Dezembro é de fugir. E eu até tenho alguns postais para enviar - ao Winfried e à Elisa - mas ainda não tive coragem de me meter naquela confusão só por causa de um selo. Ou melhor, como ainda não decidi se envio só o cartão ou se sobram fundos para comprar prendas, vou deixar para o fim.

Depois arrumei mais um bocadinho a casa, que continua com sacos de tralha em todos os cantos - sobras da confusão de sábado.

Ando a ter uns dias muito pouco interessantes. O tempo passa sem eu perceber bem como e acabo por não ter muita energia ou paciência para as coisas que eu achava que iria fazer. Tenho que me obrigar a mudar isso.
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10 de Dezembro, quarta
Hoje fiquei sozinha. O Pedro, apesar de altamente constipado, foi trabalhar e eu fiquei na minha função de dona de casa, que espero sinceramente que seja temporária.
Não me importava nada de não ter de trabalhar mas não consigo estar a viver às custas do trabalho de outra pessoa. Sinto-me inútil, um desperdício de espaço.

Ainda me ponho à procura de anúncios mas os únicos que encontro são fora do país. O que só confirma o que eu já sabia - vivo no país errado. Aqui ninguém respeita o curso ou a experiência de um designer e continuam a acreditar que a internet é apenas uma moda que há-de passar.

Às sete fui dar uma volta com o meu pai. Precisava de sair um bocadinho de casa e ele não gosta de estar sozinho em casa porque começa a comer e dá cabo da dieta :)
Foi agradável porque no fundo acabo por conversar muito mais vezes com a minha mãe do que com o meu pai.

Fiquei foi com vontade de estrangular o vizinho deles de Melides que é um daqueles tipos que consegue ser menos civilizado que um boi.
Parece que andou pelo terreno dos meus pais a matar os pássaros todos. Ou seja, andam os meus pais a colocar bebedouros e a tentar atrair os bichos para criar um jardinzinho agradável e 'nature friendly' e depois aparece um brutamontes de caçadeira que resolve que aquilo é o seu self-service privado. Ao saber que é o mesmo tipo que tinha deixado morrer os seus dois cães de caça asfixiados dentro do carro no verão, fiquei mesmo com o estômago virado do avesso.
Mais uma vez, se isto fosse inglaterra era só ligar para a RSPCA, mas cá, faz-se o quê?
Aquilo, ainda por cima, é no meio de lado nenhum. Podiam andar a matar pessoas que ninguém ligava.

Quando cheguei a casa o Pedro também já tinha chegado. Fomos fazer umas compras ao Jumbo - tivemos uma emergência de falta de pedras para o caixote dos gatos.

À noite estive a tirar notas relativamente às músicas novas - o que está feito e o que falta fazer. Algumas das músicas já fizeram o ciclo do princípio ao fim umas 3 ou 4 vezes. Acabo por encontrar sempre qualquer coisa que podia estar melhor.
Estou a tentar acabar antes do Natal. Fingers crossed.
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11 de Dezembro, quinta
Hoje consegui finalmente passar uma tarde descansadamente de volta das músicas. Algumas tiveram que voltar à primeira fase - correcções nota a nota no midi antes de voltar a exportar para o Reason.
Depois passei as faixas das músicas novas para o Cooledit - uma a uma para ficar com melhor qualidade de som na mistura final - e converti-as de stereo para mono.
Ajustei os volumes e o panning mas o Pedro vai ter de rever essa parte antes de se gravar os waves porque não sou de grande confiança aí :)
Não pude gravar voz porque a Augusta estava cá e o microfone apanha os barulhinhos todos. Tenho de esperar por amanhã.

Quando já não dava para fazer mais nada fui visitar o Nitrocomics. Já tem a série completa do Macrocéfalo. Estive a ler e, apesar de já conhecer aquilo há imenso tempo, continua a fazer-me rir. Gosto particularmente do grilo.

Ao fim da tarde os meus pais passaram por cá. Pouco depois chegou o Pedro, cheio de fome como sempre. Quando os meus pais sairam, fomos jantar ao chinês.

Quando chegámos fui tomar um longo banho de espuma à luz das velas enquanto o Pedro fazia o cartoon - pela primeira vez antes da meia noite - inacreditável!

Ainda estive a ver o What Not to Wear, a que acho imensa piada. As tipas são más mas como é que alguém se pode queixar tanto de ter 2000 libras para gastar?
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12 de Dezembro, sexta
Consegui finalmente ter um dia para gravações.
Gravei voz para três músicas mas só amanhã, quando voltar a ouvir, é que posso ter a certeza se se aproveita alguma coisa ou se é preciso gravar de novo. Pela experiencia adquirida, posso apostar que é para fazer de novo, pelo menos parcialmente.

Hoje estive a trabalhar nas seguintes:
- Paperbag
- Gone
- The Unfriendly Friend

As restantes chamam-se:
- Train of thought
- Numb
- Perfect Sunday
- Thrill

E ainda há uma chamada 'live the dream' com que ainda não estou satisfeita e outra altamente barulhenta chamada 'blood stains forever'.
Acho que há pelo menos mais uma mas está ainda em fase inicial. Por isso, se não ficar afónica ou constipada, pode ser que ainda consiga ter uma versão preliminar este mês.
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13 de Dezembro, sábado
O meu avô fez anos hoje e era suposto ir almoçar a Palmela. Mas como o Pedro está doente não estava em condições de ir a lado nenhum.
Ainda tentei ligar aos meus pais, para saber se podia ir com eles, mas eles já tinham saído, e, de qualquer forma, iam para Melides de seguida em vez de voltarem para Almada.

Acabei por passar o dia inteiro enfiada em casa a ver filmes para miúdos e a fazer ponto cruz. Foi um bocado seca, mas enfim.
Há dias em que não quero mais nada, mas hoje apetecia-me sair.
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14 de Dezembro, domingo
O Pedro continua doente, sem sinais de recuperar. Cada vez que o oiço tossir estou à espera que os pulmões lhe saltem pela boca. E, como não podia deixar de ser, eu também comecei a ficar doente.

O meu irmão esteve cá umas horas durante a tarde e trouxe o Lord of the Rings extended version. Agradeço-lhe eternamente porque já estava a desesperar sem nada para ver.

Ao fim do dia conseguimos ganhar coragem para ir ao Fórum fazer umas últimas compras. Foi rápido, não mais de meia hora, mas foi doloroso por causa da constipação. Torna tudo muito mais cansativo.
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15 de Dezembro, segunda
Ao fim de 3 semanas de atraso fiz mais um teste de gravidez que voltou a dar negativo. Gostava que o meu corpo se decidisse de uma vez.

Passei o dia constipada e sem energia. A única coisa que consegui fazer foi embrulhar as prendas que comprámos ontem - deixar as coisas por embrulhar é sempre um risco porque as pessoas passam cá por casa ocasionalmente e não tem piada estar tudo ali à vista.

Mas é muito típico - assim que começo a gravar fico constipada. É mesmo de propósito para não conseguir acabar a porcaria das músicas. Se a minha voz já não é grande coisa em dias normais, depois de uma gripe é lixado de recuperar, especialmente as notas agudas.
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16 de Dezembro, terça
Continuo altamente constipada. Mesmo assim acho que não vou ficar tão mal como o Pedro esteve. Não tenho aquela tosse horrível nem febre (até agora).
As únicas coisas verdadeiramente desconfortáveis são os ataques de espirros que parece que nunca mais vão parar e o costume, o facto de não conseguir respirar. A garganta geralmente só chateia de manhã e durante o dia não incomoda muito.

À hora de almoço saí porque tinha uma série de coisas que já não podiam esperar mais tempo. Fui por uma carta no correio, levantar o subsídio de Natal da Augusta e pagar o gás. E ainda comprei mais uma prenda para o meu avô.

De tarde acabei de ver o Lord of the Rings part deux e depois instalei o Flash porque já percebi que se não me atiro àquilo a sério nunca mais arranjo trabalho.

Entretanto andei a fazer experiências e cheguei à conclusão que o ar condicionado interfere na rede. Desligado tenho 90% de link quality e quando o ligo desce para 30% ou menos, chegando a 0. É mesmo azar!
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17 de Dezembro, quarta
Estou a piorar lentamente.
Para não ficar sem fazer nada e tendo em consideração que não consigo fazer nada muito activo por falta de oxigénio, estive a digitalizar fotos antigas da família do Pedro. São fotos principalmente dos anos 30 e 40 mas há algumas mais antigas, de 1904. Foram emprestadas pela Bela e já devíamos ter devolvido aquilo há que tempos. Então estive no sofá com o scanner ligado ao portátil a digitalizar o que pude - umas 11 fotos soltas e mais 28 páginas do album, com cerca de 6 fotos cada.
Ainda falta muita coisa, mas já não é mau.

Por volta das sete estava farta e a sentir-me muito cansada por não conseguir respirar convenientemente. Para piorar as coisas, não posso tomar a maior parte dos medicamentos que deveria estar a tomar enquanto não tiver a certeza absoluta de que não estou grávida.

Está-me a parecer particularmente irónica esta situação - eu que nunca tive uma pitada de instinto maternal resolvo deixar de tomar a pílula no início da época das gripes num ano em que a vacina é inútil. Parece de propósito e fico logo com vontade de desistir.
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20 de Dezembro, sábado
Hoje fui entregar a primeira prenda de Natal.
Às duas da tarde saí para Lisboa e fui ter com a Carla. Fomos beber chá ao Bairro Alto e por a conversa em dia :)
Ofereci-lhe um DVD do Nick Cave e ela ofereceu-me a primeira série do Sherlock Holmes.

Depois fomos até à Fnac onde encontrei a Bela e o Fernando e comprei mais umas prendas para o Pedro.

À noite o Pedro foi jantar com os colegas do Kung Fu e eu fiquei a ver os primeiros episódios do Sherlock Holmes.
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21 de Dezembro, domingo
Fui ver o Lord of the Rings - The Return of the King.
Comigo foram o Pedro e o meu irmão. Chegámos ao Fórum às onze e meia, tivemos alguma dificuldade a estacionar mas lá conseguimos arranjar lugar numa das pontas.
Resolvemos comer antes do filme, uma vez que tem mais de 3 horas. É o único problema de ir à sessão do meio dia.
Quando estavamos a comer chegaram o Paulo e a Elsa e pouco depois os meus sogros, que também tinham estado a comer por ali.

Troquei prendas com o Paulo - dei-lhe o novo CD da Tori e ele deu-me o novo livro do Neil Gaiman, Endless Nights, que eu já tinha estado a namorar na Fnac :) - e fomos ver o filme.

Gostei bastante, assim como gostei dos anteriores. Adoro filmes compridos quando são bem feitos. E esta adaptação coincidiu quase na perfeição com o que eu imaginei ao ler o livro, o que é sempre complicado.
Não me lembrava tão bem deste livro como do primeiro, mas à medida que ia vendo começava a lembrar-me de algumas cenas.

Depois do filme foi toda a gente para casa mas eu e o Pedro ainda ficámos mais um bocadinho porque eu quis ir comprar uma última prenda e esta era a minha última hipotese. Não me safei mal.

Quando cheguei finalmente a casa fui comer porque já tinham passado demasiadas horas desde aquele almoço pré-filme, e depois dei uma arrumação na casa que já estava a precisar.

À noite vi mais um episódio do Sherlock Holmes e fui para a cama ler mais umas páginas do Fifth Elephant.
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22 de Dezembro, segunda
Passei o dia a enviar e receber faxes e telefonemas para ver se consigo resolver a questão do subsídio de desemprego que nunca mais fica tratado. Gostava de saber o que é que vão inventar a seguir para não me pagar.
Não foi uma tarefa fácil - o scanner é também impressora. Mas o cumputador está numa ponta da casa e o fio do telefone na outra. O que quer dizer que tive de andar a carregar com aquele monstro de um lado para o outro de acordo com a função que precisava no momento.

Fora isso acabei por não fazer nada de jeito. Sentei-me aqui a actualizar o diário e a falar com o Pedro por ICQ e o tempo passa mais depressa do que era suposto.
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24 de Dezembro, quarta
Como o Pedro foi trabalhar eu fui para Palmela com os meus pais.
Quando chegámos a casa dos meus avós, eles foram fazer as filhoses e eu montei o portátilo e o scanner na sala e estive a digitalizar as fotos antigas da família. Andava para fazer isto há imenso tempo e são menos fotos do que eu esperava mas ainda consegui algumas boas. O meu avô quando era novo parece saído de um livro da Anne Rice. Tinha um ar quase assustador, com uma cara comprida e as sobrancelhas muito carregadas.
Encontrei também fotos de 3 dos 4 bisavós, o que já não é mau.
Estava é com esperança de encontrar documentos - certidões de nascimento ou casamento, para não ter de pedir tantos no registo, mas não tive sorte nenhuma.
Ainda andei no sotão à procura de uma foto dos meus trisavós mas não encontrei.

Por volta das seis fomos para casa dos meus tios. O Pedro só chegou às oito, mesmo quando nos preparavamos para jantar.

A troca das prendas foi pouco depois do jantar, após a habitual discussão sobre quem vai ser o Pai Natal. O número de crianças da família tem vindo a aumentar, em grande parte graças ao Miguel e à Maria que já vão a caminho do terceiro. Mas parece que já ninguém se lembra que um membro da família vestido de pai natal não engana ninguém. Se enganar pelo aspecto, assim que abrem a boca está tudo estragado.
Eu lembro-me que, em miúda, tentava não dizer nada porque achava que mais ninguém percebia quem era a pessoa dentro do fato.
Então este ano a distribuição das prendas calhou à Paula. E correu um bocado mal. Não por culpa dela mas porque há montes de gente com o mesmo nome - duas Marias, mãe e filha. Ok, tudo bem, porque à mãe toda a gente chama Migalha. Mas a minha mãe é Maria Luisa e durante muito tempo foi apelidada de Mariazinha. E agora, a Mariazinha é ela ou a pequenina?
E este ano também foi a minha avó Luisa, que deu a maior confusão de todas - todas as prendas para Luisa, que eram para a minha mãe, foram parar à minha avó. Tive eu que andar a vasculhar nos sacos porque as minhas prendas tinham aparentemente desaparecido. Enfim.
Eu recebi uma máquina de pão, de que não estava nada à espera, mas que já queria há imenso tempo e ainda mais desde que provei o pãozinho que o meu irmão faz na dele.
Por um lado nós não temos paciência para ir à padaria todos os diase e acabamos por andar sempre a comer aquele pão embalado que dura mais do que parece possível porque na realidade é feito de borracha, e mesmo quando vamos comprar pão à padaria, acabamos por ficar decepcionados com a qualidade - o pão que se vende para estes lados não nem a mínima semelhança com o que era há uns anos. Assim, mais vale fazer o nosso. Com estas máquinas nem dá trabalho nenhum e podemos ir melhorando a receita.

A parte má da noite foi quando atiraram uma quantidade enorme de papel de embrulho para a lareira, o que fez sair fumo, e o Pedro teve um ataque de asma. Acabou por vomitar o jantar e tudo, com as contracções da tosse. Enfim. Foi um pouco desagradável.

Saímos pouco depois da meia noite. O Pedro estava exausto, como seria de esperar.
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25 de Dezembro, quinta
O almoço foi tarde - às duas horas - e, como sempre, demorou um bocado. Comi só o bacalhau com broa porque ando outra vez pouco virada para a carne. Mas estava muito bom.

A distribuição das prendas, que me pareceram ocupar ligeiramente menos espaço do que no ano anterior, mas mesmo assim iam até ao centro da sala, começou a um quarto para as cinco e durou até quase às oito. Ofereceram-me os quatro primeiros livros do Harry Potter, um da Agatha Christie, um perfume, dois filmes, um CD, 13 marcadores, um pijama, uma camisola e frascos da Bodum. As prendas do pedro foram principalmente na àrea da lingerie vermelha, com uma ar altamente Moulin Rouge, e dois DVDs de stand-up - um do Eddie Izzard e outro do George Carlin.
Apesar das listas ainda apareceram umas prendas repetidas - devido a enganos ou problemas de comunicação, mas não foi nada de grave e as coisas foram rapidamente redistribuidas :)

Quando chegámos a casa comecei a arrumar as coisas mas ficou tudo uma bruta confusão, com caixas e etiquetas por todo o lado. É sempre assim. O Natal não é cá em casa mas trazemos a confusão connosco.
Ainda começámos a ver o DVD do Eddie Izzard antes de ir para a cama.
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26 de Dezembro, sexta
Fomos às compras. Primeiro fui trocar a lingerie que o Pedro me ofereceu no Natal e que não me servia devido ao facto de ser o número abaixo. Já não visto o 38 desde os 18 anos mas ele sabe lá essas coisas. Não conseguimos trocar tudo porque não tinham duas coisas em números maiores.

Depois fomos ao Jumbo comprar farinha sem fermento para experimentar a máquina de pão.
Passámos grande parte da tarde de volta disso. As receitas não faziam muito sentido porque tinham coisas a mais - metiam ovos e manteiga, entre outras coisas.
Felizmente o meu irmão já tem uma máquina destas há algum tempo e já teve tempo para fazer experiências. Esteve a ajudar-nos telefonicamente a criar uma receita que se assemelhe mais àquilo que conhecemos como pão.
Acabou por não correr muito mal mas precisa de uns ajustes. Tinha fermento a mais e por isso o pão caiu após a fermentação e não cozeu completamente no meio. Mas estava comestível, apesar de cheirar um bocado a fermento.
Podia ter sido pior - podia ter ido tudo para o lixo.
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27 de Dezembro, sábado
De manhã vi mais um episódio do Sherlock Holmes. Estava com muito pouca vontade de sair de casa e por isso o Pedro foi sozinho ao escritório buscar umas coisas.
Entretanto ligou o meu irmão, que quer ficar com a última secretária, e foi lá ajudar o Pedsro a trazer as coisas grandes. Levou o Jipe do meu pai emprestado. Conseguiram trazer o último armário e levar a mesa para casa do meu irmão. Ele aproveitou para levar também o nosso banco de ginásio que o Pedro nunca mais usou desde que deixou cair o peso na cabeça.
Agora temos que resolver o que fazemos à nossa antiga secretária e à passadeira de ginástica que é muito reles e acaba por não funcionar como eu queria, uma vez que tenho que estar sempre agarrada àquilo - ou seja, não dá para andar numa posição normal e muito menos dá para correr.

Fui ter com os meus pais ao café pouco antes de eles chegarem.
Almoçámos pizza e eles acabaram por passar cá a tarde a montar um computador e a ver se melhoravam a rede.
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28 de Dezembro, domingo
Levantei-me tarde e vi o primeiro episódio do Poirot enquanto tomava o pequeno almoço. Tanto os meus pais como o meu irmão resolveram convidar-nos para almoçar mas eu não estava com muita disposição porque tinha acabado de comer e não me apetecia sair de casa. Para além disso o Pedro anda há dias a tentar fazer uns cartoons e não tem sido possível.

De tarde estive a experimentar os marcadores novos e reparei que dois deles estavam gastos - foram já comprados assim. Acho isso insultuoso, especialmente porque custam 3 euros e meio cada um. Ou seja, foram 7 euros directamente para o lixo. Não dá muita confiança para comprar mais, pelo menos sem experimentar. Deviam estar na loja há uma eternidade para terem secado daquela forma.

Almocei por volta das cinco e vi mais um episódio do Poirot. O Pedro resolveu voltara fazer pão, desta vez com uns acertos à receita.
Os meus sogros passaram por cá e ficou combinado que vamos fazer pão para as sandes de passagem de ano.
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29 de Dezembro, segunda
Hoje foi um dia estranho, passado a resolver pequenas coisinhas. De manhã escrevi à minha tia para ver se se resolve como vai ser a versão final da paginação e à tarde recebi um telefonema a marcar uma entrevista de emprego para amanhã. Percebi que é para uma agência de publicidade mas não entendi se o trabalho tinha alguma coisa de webdesign ou se é só para impressão.

Andei a brincar um bocadinho com o Flash. Já fiz uma ou duas animações em flash mas nada a nível profissional. Tenho que fazer pelo menos uns banners de exemplo para o portfolio.

Depois estive a actualizar as fotos de família.

À noite fui com o Pedro acabar a mudança do escritório. Enchemos o carro duas vezes mas conseguimos trazer tudo. Fiquei foi com a casa numa desgraça outra vez...
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30 de Dezembro, terça
De manhã fui para Lisboa a uma entrevista de emprego. O trabalho consiste grandemente em trabalho para impressão - paginação de revistas e brochuras, outdoors, embalagens de produtos, etc. Mas também parece ter uma grande parte de deslocações, desde ir para a gráfica até representar a empresa em determinadas situações. Ou seja, é para fazer um bocadinho de tudo.

Depois fui ter com o Pedro ao Picoas e almoçámos no Residence. Ele voltou ao trabalho e eu dei mais umas voltinhas pelas lojas mas não encontrei nada que me interessasse e meti-me no metro.
Parei no Chiado e fui à Bertrand onde encontrei finalmente um livro que o Pedro procurava há dias. Mas o multibanco não estava a funcionar e faltava-me um euro e meio para poder pagar em dinheiro. Fui à procura de uma caixa de multibanco que estivesse a funcionar - que nunca é aquela que vemos ali mesmo do outro lado da rua...

Depois voltei para casa e fiquei muito feliz quando descobri que a Augusta sempre veio esta semana. Pedi desculpa pela desarrumação da casa - que estava coberta com pilhas de sacos com os restos das coisas do escritório - e fui arrumar o que pude.

Depois estive a organizar a contabilidade.

Quando a Augusta se preparava para sair, fui buscar uma coisa à dispensa e fechei acidentalmente a porta na cauda do Jones - que tem a mania de se enfiar onde não devia, claro. Deu um grito que fez a Scully ficar com o pelo em pé e começou às voltas a tentar perceber o que é que o tinha atacado cobardemente pelas costas. Decididamente não é o bicho mais inteligente que tenho cá em casa... Quando finalmente lhe consegui tocar, lá se acalmou e vingou-se imediatamente a seguir indo comer a árvore de Natal, apesar desta ser de plástico. É mesmo só para poder andar a vomitar aquilo pela casa daqui a bocado.
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31 de Dezembro, quarta
Fui acordada pelo carteiro.

Por volta do meio dia comecei a preparar o primeiro pão. Ficou pronto às 3 meia e parecei bem.
O Pedro chegou por volta das duas e meia, tendo ficado, como sempre, até mais tarde do que era suposto no trabalho.

Tomei banho e vesti-me antes de ir estender roupa, comer e retirar o segundo pão da forma. Nunca é boa ideia. Mas felizmente não me sujei.

Às seis e meia fomos para casa dos meus sogros, armados de instrumentos musicais e pãozinho acabado de fazer, ajudar a preparar o jantar. Mas de repente a cozinha ficou cheia de gente e bastavam umas duas ou três pessoas para ajudar.
Acabei por vaguear um bocado pela casa e sentei-me a jogar sokoban no palm.
A Rita começou a brincar com o teclado e não o largou mais o resto da noite. Aliás, uma das vezes em que o liguei para tocar um bocadinho ela sacou-mo logo das mãos :)

O jantar foi por volta das dez e meia, altura em que chegou o Artur que esteve de serviço todo o dia. Às onze e meia começámos a preparar-nos para a passagem de ano com as passas e champagne. Acho que a história das passas só tem piadas se se tiver um relógio que dê badaladas, mas ok.
Vimos um bocadinho do fogo de artificio do Terreiro do Paço, mas foi curtinho. Como ainda por cima estava frio, voltámos para a sala para a distribuição de prendas do ano novo - porque qualquer reunião familiar tem direito a prendas - o que deu origem a uma série de fotos de roupa interior e depois começou a soirée musical. Com o problema de que aparentemente ninguém sabe uma única música até ao fim, mas isso faz parte do charme da coisa :)

Voltámos para casa por volta das 3 da manhã. O Pedro ainda me ofereceu-me o DVD do Pirates of the Caribbean que se tinha esquecido de levar.
Ainda estive a ver um bocadinho do DVD da Tori que me deram e amanhã tenho que ouvir o CD que tem duas músicas novas.

Bom ano!
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