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diário :: Setembro 2003
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1 de Setembro, segunda
Primeiro dia de regresso ao trabalho.
Acordei às cinco e quarenta e cinco e voltei a adormecer.
Levantei-me finalmente às nove e meia. Arranjei a comida para o dia e fomos para o escritório.
Com a falta de hábito, só quando chegámos lá é que reparámos que não tinhamos as chaves. Voltámos para trás. O Pedro estacionou e eu fui buscar as chaves. Quando cheguei à porta do prédio reparei que também não tinha as de casa. Fui buscar as do Pedro.
Quando finalmente chegámos ao escritório já eram dez e meia.

Passei grande parte do dia a organizar a papelada que se acumulou durante o mês de férias - fazer descrição de movimentos da conta bancária, anotar facturas pagas, organizar os documentos pora data para enviar ao contabilista, arquivar correspondência, etc.
Ultimamente gosto bastante mais deste trabalho administrativo do que do trabalho supostamente criativo.
Deixei de acreditar que seja possível transformar as tendências criativas num emprego. Pelo menos neste tipo de emprego.
Uma actividade criativa é geralmente solitária. Pode ter input exterior e pode-se ser criativo em grupo mas tem de ser um esforço positivo.
No trabalho que faço é mais estilo - olha, faz aí qualquer coisa estupidamente original para este cliente. A criatividade é um processo e nem sempre funciona quando se abre a torneira.
E depois de todo o esforço, quando achamos que finalemente produzimos algo com qualidade, o cliente diz 'Não gosto. Quero antes cor de laranja, as letras a verde e a parte de cima passa para baixo'.
Não fico desanimada por alguém não gostar. É mais isto: porque é que se contrata pessoas supostamente especializadas e com conhecimento da área em que estão a trabalhar se o cliente é que quer fazer a maquete?
Isto não é trabalho criativo. Isto é como pedir a um arquitecto para fazer um desenho técnico a partir do esboço de um miúdo de cinco anos, sem querer saber se o tecto fica bem suportado ou não.
Mas há profissões com mais respeito que outras. E como a minha não tem nenhum, pelo menos em Portugal, fico com muita vontade de mudar de área para uma coisa que não requira o mínimo de imaginação. E passo a poder ser criativa nos tempos livres sem ter ninguém a espreitar constantemente por cima do ombro nem a dizer 'eu não fazia assim'. É o meu único sonho neste momento.

À noite apareceu o meu irmão e fomos jantar fora. De regresso fui visitar os meus pais.

Falta uma semana para o meu aniversário. Vou fazer 30 anos. Para muita gente é um grande marco. Para mim significa pouco. Sinto-me igual. Mas reparo que quando olho para o espelho estou ligeiramente diferente. As mulheres têm tendência para envelhecer mal. Mas tudo bem. Preocupo-me mais com a balança do que com o relógio. Envelhecer é natural, não há nada a fazer. Engordar é que pode ser controlado. Até agora não me posso queixar muito. Nunca passei dos 64 quilos e cada vez que lá chego faço umas semanazinhas de dieta.

Marquei um jantar de aniversário para dia 8. Não gosto de festejar aniversários, mas a minha mãe fica triste se eu não fizer nada, por isso é mais facil organizar qualquer coisa simples do que andar a fazer malabarismos com as diversas pessoas que vão querer passar por cá a qualquer altura - não que seja muita gente, mas mesmo assim, o caos incomoda-me.
A necessidade de organização mental, necessidade de ter a percepção (por falsa que seja) de controlo sobre as situações em que estou envolvida, é um traço demasiado forte da minha personalidade. Não gosto de surpresas.
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2 de Setembro, terça
Dormi mal, em grande parte porque os sacanas do Pedro e do meu irmão ficaram até às três da manhã a falar aos berros no quarto ao lado. Não podiam ter ido para a sala...
É nestas alturas que penso que o escritório tem de voltar para o buraco onde estava antes. Estas casas não têm isolamento sonoro nenhum, o que também não ajuda.
Quando o Pedro se foi finalmente deitar às três e meia eu ainda estava acordada.

Como resultado, saltei da cama quando reparei que já passava das onze. Eu NUNCA acordo depois das dez. Ando mesmo com o sistema baralhado.

Arrumei a cozinha e alimentei os gatos, vesti-me e fui para a seca de ver mail.
Desde que apareceu este novo virus tenho cerca de 120 mensagens todos os dias. Como o chato do Norton faz saltar uma janela cada vez que chega uma mensagem com virus, ando a carregar no ok 120 vezes por dia. Tenho que descobrir se dá para desligar aquela porcaria - o aviso, claro, não o programa.

Como media extra, alterei o mail do site. Agora para me enviarem mail têm de substituir 'at' por '@'. Isso impede os mails automáticos de spam e semelhantes que andam a caçar mails pela internet. Não digo que resolva a história do virus porque isso normalmente vem do adress book das pessoas, mas pode ser que pelo menos passe a receber mail apenas de pessoas que se dêem ao trabalho de perceber como é que aquilo funciona :P

O trabalho tem passado por terminar um site que ficou pendurado antes das férias.
Estou a tentar fazer alterações já através do backend mas ainda há montes de coisas que não percebo ou que não estão a funcionar bem como deviam.
Um backend devia ser uma coisa lógica e fácil de usar. Mas backends feitos por informáticos sem o mínimo de preocupação com a usabilidade do resultado final são uma dor de cabeça. Se eu estou a ter estes problemas todos, imagino o que vai passar o cliente...
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3 de Setembro, quarta
Esta segunda ida ao esritório correu melhor. Não nos esquecemos de nada.

O Nelson esteve a explicar-me alguns pormenores do backend e fiz umas quantas alterações. Mas entretanto ele teve formação durante a tarde e descobriu uma forma mais correcta de fazer as coisas, o que quer dizer que tudo o que eu estive a fazer vai para o lixo e terá de ser feito de novo.
A única coisa que me preocupa no meio disso é que me parece que isto vai atrasar ainda mais o final do projecto.
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4 de Setembro, quinta
O Pedro voltou a não dormir, por isso ficámos em casa.
Devido à reorganização do backend que o Nelson está a fazer, não pude adiantar nada do site em que tenho estado a tentar terminar.

Em vez disso, acabei por andar a consultar alguns guias de Londres e a fazer planos mais específicos para a viagem.
Ando especialmente a tentar escolher uma peça de teatro para ir ver - acho que vai ser entre A Woman of No Importance do Oscar Wilde ou Mousetrap da Agatha Christie, dependendo para qual consigo bilhetes.
Eu não sou grande fã de teatro mas a vantagem de estar em Londres ou NY é que sabemos que os actores são mesmo bons e aí vale a pena.
Para além disso quero ver se consigo ir a um comedy club. Há um perto de Piccadilly chamado the Comedy Store que é suposto ser bom mas só tem 50 lugares sentados. Não deve ser fácil...
Mas os planos começam a compor-se.

À noite estiveram cá os meus pais. A minha mãe encontrou finalmente as credenciais para as análises, mas são tantas que vai ser precisa mais uma. Ou seja, ainda não deve ser para a semana que vou fazer isto.
Também não há pressa.

Depois do Kung Fu o Pedro regressou com o meu irmão. Mais uma noitada. Mas desta vez, pelo menos, conseguiram não fazer barulho.
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6 de Setembro, sábado
O dia passou-se como a maior parte dos fins de semana. A tratar da roupa, ver DVDs e a ler.

Às quatro fui para Lisboa ter com a Carla para a tradição do lanche na Haagen Dazs. Desta vez o serviço não foi grande coisa. Para além de demorarem uma eternidade como de costume - é completamente impossível chamar a atenção das empregadas - trouxeram água quente quando pedi fresca e gelado não sei bemd e quê em vez do Strawberry Cheesecake. Só que não estava para me chatear mas a gaja não estava mesmo a prestar atenção.
A Carla deu-me dois livros e um mini-puzzle.
Ainda fomos dar uma volta pela Fnac mas não encontrei nada que me tentasse.
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7 de Setembro, domingo
Fomos dar uma volta no parque durante a tarde. Estava muita gente mas conseguimos encontrar um cantinho para sentar na relva durante um bocado.

À noite vi dois filmes: Soul Survivers, que não é nada de especial e Donnie Darko que é muito giro.
Já estava para ver esse filme há imenso tempo mas ainda não me tinha sentido na mood certa. Afinal nem é tão estranho como eu pensava. Só já não consigo é ser surpreendida pelos surprise endings. Acho que já vi demasiados filmes para isso. Mas neste caso não estraga nada porque o filme não depende disso. Não é como o Crying Game ou o Sixth Sense.
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8 de Setembro, segunda
Faço hoje 30 anos. E não, não me sinto diferente.
Sinto-me talvez um pouco insatisfeita e com uma enorme vontade de mudar de emprego ou deixar de trabalhar de vez, mas de resto, tudo na mesma.

De manhã vi o filme 'Life or something like it', arrumei a casa e atendi montes de telefonemas.
À hora de almoço o Pedro deu-me as prendas dele: 3 camisolas, uma placa gráfica, um palm Zire e uma boneca.
A boneca chama-se Yasmin e é uma das Bratz. Achei piada a estas bonecas quando estivemos em NY em 2001 e fiquei com pena de não comprar uma e entretanto chegaram cá.

Ando há anos para comprar uma boneca. Sou da geração pré-barbie e nunca tive uma grande quantidade de gadgets nem nada disso. E agora há coisas tão giras que é difícil resistir.
E quem é que disse que a partir de uma certa idade já não se pode brincar com bonecas?
Foi uma das minhas maiores frustrações. De repente chegou um ano em que só me deram sotiens e camisolas. O que raio é que aconteceu aos brinquedos? Já não tenho direito? Daqui para a frente é só seca?
Não que consiga brincar da mesma forma - já não invento histórias nem nada disso - mas continuo a gostar dos objectos em si. Porque me lembram alturas em que fui feliz e porque são bonitos e só porque sim.

Fomos ao Fórum, almoçar à Portugália e ao cinema ver Pirates of the Caribean. É giro. O Jonny Depp faz um pirata um bocado gay mas consegui ver as duas horas e tal de filme sem seca, o que, para um filme da Walt Disney, é dizer muito.
Tem sentido de humor qb e twists suficientes para não ser demasiado previsível. As mudanças dos piratas entre vivos e mortos de acordo com a luz está com piada e deve ter dado um certo trabalhinho. É divertido, tem bons actores e apesar de ser comprido não se dá por isso.

O filme acabou bastante mais tarde do que esperavamos. Fomos rapidamente buscar o bolo, entregar os filmes e ter com a família ao restaurante chinês. Já lá estava toda a gente.
Jantámos e voltámos a casa para partir o bolo.

Aqui foi o único momento desagradável do dia. Eu sou um bocado control freak. Sei que é um problema mas não consigo evitar. E nestas situações em que temos pessoas em cada e é preciso preparar as coisas e servir as pessoas entro nesse modo. O Pedro, pelo contrário, comporta-se como mais um convidado. Ou seja, não me ajuda por mais hints que lhe dê e fica à espera de ser servido. Isso irrita-me particularmente.
Sei que não é de propósito, que temos personalidades opostas para estas coisas, mas irrita-me porque é o meu aniversário e eu passo o tempo todo na cozinha e a ir buscar isto e aquilo enquanto ele está na sala a divertir-se. É estúpido mas não consigo evitar. Principalmente porque era suposto conseguirmos funcionar como casal nestas situações e isso não acontece. E eu é que acabo como a má da fita.
Enfim. Nada é perfeito.

Os pais do Pedro ofereceram-me o DVD do Signs e um CD dos Depeche Mode e os meus pais deram-me um anel muito giro.
Depois do bolo fui-me sentar no sofá a brincar com a minha boneca nova - grande parte do tempo consistiu em tentar retirá-la da caixa - os tipos fazem aquilo mesmo para ser impossível.
Por volta das onze ficámos só nós os dois e o meu irmão e vimos o Signs.
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9 de Setembro, terça
Chegou trabalho logo de manhã - actualizações ao site da Serranofil. Ocupou-me grande parte da tarde.
Nos intervalos reguei as plantas e comecei a por os contactos no palm. Ainda dá bastante trabalho.

À noite estive a fazer um puzzle enquanto o Pedro via um jogo. Já não faço puzzles há anos, principalmente porque os gatos andam sempre a tentar roubar as peças.
Agora que tenho finalmente a mesa na sala já dá para fazer mas tem a desvantagem de ter pouca luz. Tenho que arranjar um candeeiro melhor para ali.

E ando a divertir-me imenso a brincar com a minha boneca nova :)
O Jones, por outro lado, anda a tentar comê-la. Aquele gato tem de tentar morder tudo o que vê.
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10 de Setembro, quarta
O Pedro foi para Lisboa ter uma reunião com o Paco e eu fiquei a terminar a actualização da Serranofil de que já só faltava a versão inglesa.
Foi um dia bastante calmo.

Já consigo jogar Tropico sem o computador crashar o tempo todo, o que é optimo. Tudo porque ontem à noite o Pedro tentou instalar a nova placa gráfica e o computador deixou de funcionar. Então acabou por montar a placa noutro computador e o meu deixa de ser usado escepto o disco e a memória, claro.
No meio disso tudo, o nosso escritório é hoje um campo de batalha com o chão coberto de placas, parafusos e outros bocados das máquinas.
Agora tenho que experimentar o Sims para ver se também funciona.

Continuo a passar toda a informação relevante dos meus vários blocos de notas para o palm mas vai demorar uma eternidade e dá uma certa dor de pescoço.

Ao fim do dia fomos fazer umas comprinhas.
Na caixa cobraram duas vezes uns vasos que eu comprei: passaram o vaso e o prato separadamente, quando pertenciam a um conjunto.
Quando reclamei na caixa a senhora tentou telefonar para que alguém da secção das plantas viesse esclarecer o assunto mas não conseguiu apanhar ninguém.
Ao fim de umas quantas tentativas desisti e fui ao balcão de atendimento. É preciso tirar senha e estava a demorar. Resolvi antes ir lá cedo ver se encontrava pessoalmente a pessoa que a senhora da caixa estava a tentar chamar ao telefone.
Acabei por conseguir, depois de incomodar outro dos funcionarios.
A senhora confirmou que sim, tinha sido engano, voltou comigo ao balcão de atendimento onde me devolveram o dinheiro.
Só que durante isto tudo tinha congelados a descongelar e se não tivesse ido eu à procura da pessoa ia passar ali uma boa hora à espera de resolver uma treta que é culpa deles. Os serviços são assim.
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11 de Setembro, quinta
De manhã fomos ao escritório ter uma reunião com dois representantes da Máquina: o meu irmão e o Careca.
Discutimos o desenvolvimento de um possível projecto futuro.

Fomos todos almoçar ao La Traviata, depois de eu passar por casa para mudar de roupa porque está novamente calor - será que este verão nunca mais acaba?

De tarde fomos para Queluz ter nova reunião e fui finalmente ver o escritório da Máquina. Está muito giro e tem ainda imenso espaço que não está a ser usado para nada.
As mesas também são muito giras. Gostava de encontrar uma mesa daquele tipo para o nosso escritório mas tinha que ser bastante mais pequena.

Agora tenho que fazer uma listagem de preços para ver se avançamos com o projecto.
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12 de Setembro, sexta
De manhã estive a elaborar uma descrição mais detalhada dos produtos a desenvolver com a Máquina e a fazer uma listagem de preços.

À tarde chegou mais trabalho: um site para o qual já tinha feito uma maquete há um ano. Entretanto nunca mais tinham dito nada e agora querem aquilo pronto numa semana. O que quer dizer que para a semana nem respiro. Vamos lá ver como é que isto corre.

Quando já não conseguia olhar para o computador mais tempo fui cortar o cabelo. Ficou um bocadinho curto de mais à frente mas a nível geral do corte ficou melhor do que estava. Só que passo a ter novamente o cabelo nos olhos.

À hora de almoço apanhei um bocadinho do What Not To Wear na BBC. Adoro esse programa, especialmente porque as tipas são horrivelmente más para as vítimas do programa.
Resolvi ir ao site da BBC ver se tinha mais pormenores sobre o programa e depois, numa inspiração súbita, ganhei finalmente coragem para retirar do armário aquelas roupas que me ficam mal mas que, como estão novas, nunca tenho coragem de deitar fora.
É claro que estão novas porque sei que me ficam mal e não as uso.
Agora vou ver se tenho alguém a quem dar aquilo porque acho um crime deitar roupa nova para o lixo. Especialmente porque nalguns dos casos ainda me lembro o que aquilo custou.
Ultimamente faço muito menos compras por impulso, mas há uns anos era capaz de comprar roupa sem sequer a experimentar. O que deu, obviamente, algumas asneiras.

Os meus pais passaram por cá. Já tenho as últimas credenciais para as análises e a minha mãe levou a roupa para distribuir.
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13 de Setembro, sábado
De manhã lavei roupa e li mais um bocado do Babes in the Wood. O raio do livro é grande...
O meu pai passou por cá com o carregador de bateria, porque o Punto tem estado parado desde que temos o outro carro e já não queria pegar.

Tentámos ver o Farscape enquanto almoçavamos mas o DVD está estragado e começou a congelar a meio do episódio. Acabámos por desistir.

Numa explosão de excesso de energia estive a reorganizar o roupeiro. Espaço de roupeiro é daquelas coisas que nunca há suficiente.
Depois estive a mudar plantas para umas floreiras maiores. Dá mais jeito porque posso colocar várias plantas num só vaso e têm mais espaço para esticar as raízes.

À noite fomos jantar com a família do Pedro.
Estava um ambiente irrespirável na rua - era só fumo.
Aparentemente o fumo do incêndio de Mafra atravessou o rio e veio fazer-nos uma visita. Lá fiquei eu com o cabelo e a roupa a cheirar a chouriço assado...
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14 de Setembro, domingo
Foi um dia calmo e aborrecido.
Tive de voltar a lavar a orupa toda porque estava estendida fora da janela e ficou a cheirar a fumo.
Depois tirei algumas horas para girly things: pintar o cabelo e as unhas. O Pedro tirou-me uma foto com a touca das madeixas que deve ficar hilariante.

À noite terminei o puzzle com os homenzinhos que sobem e descem escadas. É pena as peças não encaixarem bem, porque de resto lembrou-me o quanto gosto de fazer puzzles.
E agora que a maior parte dos gatos já tem idade para ter juízo, pode ser que consiga voltar a fazer (isto porque os gatinhos tinham a mania de ir roubar as peças para brincar). Tenho um do Mordillo que nunca acabei.
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15 de Setembro, segunda
Passei o dia a terminar as maquetes de sexta feira e a fazer o html. Os templates básicos ficaram quase terminados.

À noite atirei-me a um projecto que já tinha há algum tempo: redecorar o espelho da casa de banho. Pintei a moldura com uma tinta azul com verniz. Ficou bastante escuro porque a madeira já era escura, mas como cor de base funciona. Depois colei conchas por cima da moldura pintada. Usei a pistola de cola quente porque me pareceu o método mais durável. É claro que há sempre uns acidentes com estas coisas e tenho uma bolha no dedo mindinho da mão esquerda graças a um pingo de cola. Mas o resultado ficou giro.
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16 de Setembro, terça
Continuação do trabalho de ontem.
Terminei o html da página interna genérica e comecei a colocar conteúdo. Acho que consegui fazer mais ou menos metade.
O meu ombro está a ficar cada vez pior. Fazer formatação de texto é horrível para isto. Estou a copiar texto do word para o html e depois tenho de substituir paragrafos por breaks entre outros acertos e tenho a mania de usar as setas ou o rato com a mão direita e o backspace com a esquerda. Com isto acabo por ter o braço esquerdo numa posição muito desconfortável o dia todo. Fico com os músculos do ombro esquerdo em tensão e nunca mais voltam ao sítio.

À noite vi uma séries no Hallmark e o CSI que recomeçou hoje.
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17 de Setembro, quarta
Terminei o trabalho dos últimos dias - salvo alterações posteriores - por volta das 4 da tarde. Para terminar o dia peguei no site do Gastão para corrigir mais alguns erros. Parece que está mais ou menos pronto e agora é só uma questão de mudar o domínio e terminar a versão francesa.

Às seis e meia fomos às compras. Fui-me reabastecer de iogurtes líquidos que é uma forma excelente de não ter de cozinhar nem perder tempo a comer.

À noite estive a ver o primeiro episódio do Inspector Morse.
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18 de Setembro, quinta
O dia foi normal. Algum trabalho mas nada de especial ou urgente.

Ao fim da tarde fui tirar umas fotos ao meu pai e à sua primeira mota. Ele vai trocar de mota amanhã e não tinha nenhuma foto com a primeira. ficou gira :)

Fiz mais umas actualizaçõezinhas ao site. Já coloquei a foto do espelho e actualizei a lista de DVD.

A noite foi agradável, em companhia do Pedro, e acabámos de rever o Lord of the Rings.

Fui-me deitar por volta das onze e meia e comecei a escrever uma história. Provavelmente nunca a vou acabar, mas apeteceu-me escrever.
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19 de Setembro, sexta
À noite vi um bocadinho de tv e depois estive a terminar o puzzle do Mordillo. Sò tem 500 peças, por isso não demorou muito.
Mas até perfiro os mais pequenos porque posso estar confortavelmente sentada em vez de estar em pé debruçada sobre uma coisa com dois metros a tentar ver onde é que esta pecinha encaixa. Acaba por se tornar desagradável.

Depois estive a acabar de ver uma série até cerca da uma. É o que gosto mais às sextas feiras - não ter que me preocupar com a hora de acordar do dia seguinte.
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20 de Setembro, sábado
Passei o dia com vontade de fazer coisas mas sem muita energia.
Acabei por começar um novo puzzle e pintar uns quadrinhos com aguarela e pingos de cera. Ficaram giros mas não tão bem quanto estava à espera. Se tiver paciência vou tentar outra vez.

Estive também a tratar das plantas. Apanharam uma praga e estou há meses a tentar salvá-las. Está a ser complicado e tira o lado relaxante da jardinagem para o substituir por stress.

Fomos jantar ao chinês. Estivemos a conversar sobre as ideias do Pedro para os items do Cafe Press e a discutir se valeria a pena eu por lá as músicas e fazer o CD por ali. O maior obstáculo é aquilo vir dos States, o que não dá jeito nenhum e pode vir com taxa de alfândega tornando as coisas demasiado caras. O Pedro encomendou uma T-Shirt para experimentar.
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21 de Setembro, domingo
Tinha a ideia que o Outono era suposto começar hoje, mas afinal estava enganada.
Gosto de Outono. Acaba o calor e o ar começa a ter aquele cheiro característico a chuva e folhas. Hum...!

De manhã acabei finalmente o livro da Ruth Rendell. Agora vou começar um da Margaret Atwood.

Cortei o cabelo ao Pedro, tomei banho e almocei.
Depois do almoço tardio fui tirar nova foto ao meu pai, desta vez com a mota nova.
Já que tinha de passar essa foto da máquina digital para o computador, resolvi tirar também fotos à casa nova, coisa que já estava para fazer há algum tempo.

À noite o Pedro foi para casa dos meus sogros ver um jogo e eu depois fui lá ter para jantar. Depois do jantar tivemos uma longa conversa sobre a empresa, o stress que causa, os problemas financeiros e emocionais, o futuro. Nada como assuntos levezinhos para terminar o dia.
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22 de Setembro, segunda
Levantei-me e senti-me um bocado em stress. Fui ter com o Pedro ao escritório.
Continuo convencida de que o Outono já começou e acabei por vestir mais roupa do que era suposto. Não foi nada de especial, apenas uma camisa de manga comprida, mas já foi demais.

Passei a manhã a organizar a pilha de papéis que se tinha acumulado nas últimas semanas. Por estranho que pareça, é a tarefa que mais gosto de fazer - agarrar numa pilha de confusão e dar-lhe ordem. Já em miúda era assim. Enquanto andava pelo supermercado com a minha mãe passava o tempo a virar as diversas embalagens com os rótulos para a frente. Ou seja, fazia voluntariamente o trabalho dos empregados do supermercado.

A tarde foi um bocado calma demais. Era suposto receber trabalho de um cliente que mandou um mail a dizer que talvez amanhã. O costume. Os prazos só são para cumprir no papel.
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23 de Setembro, terça
Hoje revi o meu curriculo. Estou a considerar mudar de emprego. Não porque estou insatisfeita com a empresa mas porque sinto que estou a mais. Não há muito dinheiro e há fases sem trabalho. Sinto-me um bocado peso morto.
Detesto estar sem nada para fazer. Os dias arrastam-se indefinidamente e deixam-me deprimida. E acho que preciso de qualquer coisa mais estável, em que sei o dia do mês em que vou receber.
Sei que não vai ser fácil. O mercado está saturado, as empresas não têm dinheiro e os empregados estão a contratos a prazo consecutivos enquanto é legal e depois ou são despedidos ou passam para outra empresa do grupo, como acho que acontecia na McCann.
Ou seja, evolução de carreira, nem pensar. Aumentos então, pior ainda. É por isso que estou por aqui há 3 anos. Pelo menos estou em casa ou perto de casa. Só que não consigo imaginar-me nesta situação aos 50. E como já tenho 30, se não mudo agora, depois torna-se impossível de arranjar emprego noutro lado devido à idade.
É uma escolha complicada mas achei que pelo menos devia dar o primeiro passo. Não custa nada preparar o currículo e enviar para umas quantas empresas e ver o que dá. Se não der nada, paciência. Em última análise posso sempre voltar a dar aulas. Se conseguisse garantir que não tinha miúdos com menos de 16 anos até nem me importava.

Falei com a minha mãe sobre tudo isto e ela parece achar que este emprego, por mais caótico e inseguro que seja não é efectivamente mais inseguro do que noutro sítio qualquer. Concordo mas acho que tenho de tentar. nunca se sabe. Posso ter sorte.

À noite vi mais um episódio do CSI e depois estive a fazer mais um bocadinho do puzzle. Já montei todo o desenho e agora tenho uma montanha de peças verdes. Prevejo que vai demorar uma eternidade a acabar.
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24 de Setembro, quarta
Hoje é o aniversário da Carla - Parabéns!

Acordei às oito e meia, ao mesmo tempo que o Pedro. Ele levantou-se e preparou-se para ir a uma reunião a Lisboa. Eu voltei para a cama.
Às dez levantei-me, vi o mail e como não tinha novidades fui embrulhar a prenda da Carla. Depois liguei-lhe a dar os parabéns. Apanhei-a no cabeleireiro mas parecia um bocado deprimida. Espero que passe.

Comi uma fatia do pão-de-ló que a minha sogra nos deu ontem e fui por roupa a lavar.
Depois estive a dar volta às revistas de ponto cruz para ver se encontrava a listagem das linhas que preciso de comprar. Não está em lado nenhum. Vou ter de fazer de novo.
Não é costume desaparecerem-me coisas, mas desde a mudança que nunca mais consegui encontrar nada. Em grande parte porque ainda não tenho sítios específicos para as coisas e depois não me lembro onde coloquei seja o que for.

Depois de procurar bastante encontrei a factura do aspirador que tenho de ir carimbar para activar a garantia. Como é de cinco anos vale a pena.

Para não perder o hábito fiz uma pequena reorganização aos móveis da sala. Basicamente mudei uma estante de sítio (viva as estantes com rodas) dando assim mais espaço à mesa que estava um bocado enfiada a um canto. Com uma sala deste tamanho não faz sentido.

Combinei com o meu pai, o Pedro e o meu sogro a hora para nos encontrarmos todos com o senhor que quer comprar o Punto. Ficou marcado para as sete. Em princípio hoje fica tudo resolvido e deixamos de ter que nos preocupar com por o carro a funcionar ocasionalmente para a bateria não descarregar.

Almocei tarde, por volta das três e quando regressei ao computador os sites estavam novamente em baixo. Basicamente estão instalados num servidor da máquina com uma linha da TvCabo. Toda a gente sabe que o serviço da TvCabo é uma treta e dia sim dia não estão sem ligação. É o que está a acontecer hoje, para variar. Escusado será dizer que eles também já estão muito fartos disto. Acho que não deve faltar muito para mudarem de serviço.

Fui estender roupa e depois estive a falar um bocado com o Paulo que tinha novidades do seu futuro rebento.

Era suposto ir fazer análises mas é uma coisa que me causa tanto stress que tenho andado a adiar. A minha mãe convenceu-me mais ou menos a ir amanhã, último dia do prazo.
Sei que é um cliché mas não suporto agulhas nem tirar sangue. Tenho que me deitar e olhar para o lado e mesmo assim fico frequentemente enjoada. Não é nada que consiga controlar. Aliás, é daquelas coisas que me irritam fenomenalmente. Sinto que não tenho o mínimo controlo do meu organismo. Não desmaio mas se alguma vez me der para isso sou bem capaz de vomitar. Por isso, cada vez que tenho de fazer análises deixo sempre para o último minuto e geralmente na noite anterior não durmo. É a única coisa que me lembro de que tenho verdadeira fobia. É mesmo à menina :)
Ou melhor, é mesmo de família - o meu pai e o meu tio são mais ou menos a mesma coisa. E o meu irmão quando era pequeno desmaiou uma vez em que cortou o dedo.
Isto tudo faz imensa confusão à minha mãe a quem o curso de medicina, com as habituais piadas tipo descobrir um dedo de um cadáver no bolso, nunca fez grande confusão.
Decididamente ninguém herdou esse lado. Somos todos hiper-sensíveis.

O Pedro ligou por volta das quatro e meia a dizer que afinal ainda não é hoje que vamos buscar o carro à oficina. Parece que aquilo está a demorar mais tempo do que o que estava previsto. Como a mão de obra é paga à hora nem quero imaginar a conta. Chegou por volta das seis com o meu irmão que ficou para jantar.
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25 de Setembro, quinta
Acordei cedo. Vesti-me e fui para a sala passar o tempo. Por volta das nove e meia saí e fui levantar dinheiro para pagar as análises. No multibanco estava um casal de velhos. O homem, na primeira vez enganou-se no código ao que a mulher exclamou 'ai, estas máquinas às vezes!'. Ou seja, a culpa é da máquina e não da memória do marido. Depois ainda meteram e tiraram o cartão mais umas três vezes, com toda a calma, enquanto eu esperava. Fartei-me e fui ao multibanco do outro lado da rua. Despachei-me ao mesmo tempo que eles.
Eu tento muito seriamente não ser preconceituosa mas não consigo deixar de achar que as pessoas vivem demais e tornam-se meramente incómodos sociais. É nestas alturas que penso 'só espero morrer cedo'.

Quando cheguei finalmente a casa dos meus pais, a minha mãe já estava pronta, à minha espera. Fomos até à Clínica fazer as análises.
Deitei-me, como sempre, para evitar reacções desagradáveis, mas dispensava a conversa do 'queres com agulha ou sem agulha' destinada aos miúdos, e especialmente desnecessária quando a agulha já lá está. Mas é assim. Se demonstramos uma fraqueza damos às pessoas autorização para nos tratarem como imbecis. É sempre assim.

Depois fomos comer uma torrada antes de regressar.
De volta a casa fui à farmácia comprar a vacina da gripe que a minha mãe se ofereceu para me dar. Duas picadas no mesmo dia - e no mesmo braço - mas tudo bem. Vacinas não custa.

Por volta das onze fui finalmente trabalhar. Já tinha recebido textos alterados do cliente mas não tinham as alterações marcadas. Outra coisa muito típica - enviam-nos os textos em word. Eu faço o html e coloco o conteúdo. Depois resolvem alterar uma palavra aqui e outra ali e enviam o mesmo texto com as alterações lá no meio sem marcação nenhuma e esperam que eu volte a fazer o trabalho todo de novo - colocar todo o texto, fazer a formatação de novo, links, etc. É ridículo. Será assim tão dificil perceber que basta sublinhar as palavras alteradas e o problema fica resolvido? Parece que sim porque recebi o texto mais duas vezes ao longo do dia. Desta vez tinha algumas frases marcadas a azul mas quando cheguei a um documento particularmente extenso estava TODO a azul.
É precisa muita paciência.

A meio da tarde apareceram o meu irmão e o Careca para discutir o projecto que andamos a considerar desenvolver. Eu estive mais a ouvir do que a participar, enquanto fazia o meu puzzle.
À noite vi mais um episódio do Midsomer Murders.
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26 de Setembro, sexta
Não me lembro de ter dormido mal mas acordei muito cansada. Sei que acordei várias vezes durante a noite, mas isso já é costume. Não devia fazer diferença.
O dia foi calmo com salpicos de trabalho.

Num dos intervalos, e porque ela não se calava, estive a escovar a Amarela que tem sempre montes de pelo solto. Ela adora ser escovada mas só no queixo. O resto suporta até regressar a parte que lhe interessa. Só que teve uma fúria subita e espetou-me o dente no dedo. Mesmo até ao osso. Desatou logo a pingar sangue e fiquei com as calças do pijama manchadas. Fui desinfectar e por um penso mas fiquei mesmo chateada. É claor que ela sabe que fez asneira e agora anda toda rasteirinha cada vez que me vê. Sacana da gata!
Voltei ao trabalho mas é complicado usar o teclado sem o indicador da mão esquerda.

À hora de almoço fui tomar banho e depois preparei uma sandes. Tenho que ir comprar comida.
Sentei-me na sala e estive a ver um bocadinho do Dead Man Walking no Hollywood. Nunca vi este filme. Mas como também não posso passar a tarde a ver televisão, desliguei e voltei ao trabalho.

Entretanto o Pedro já pagou a conta da oficina. Não foi pouco mas também não chegou ao valor que costumávamos pagar pelas revisões do Punto. Paciência.

O meu peso continua a descer e já noto diferença. Mas acho que está a chegar novamente a um patamar do qual vai ser complicado descer mais. Segundo o programinha que tenho no palm para controlar isso, peso efectivamente 61,6 kg e não ainda os 61,4 que a balança me dá. Parece uma diferença pequena mas, para o tempo que demoro a descer 100 gramas, para mim é uma grande vitória. E ainda faltam dois quilos. A este ritmo vou precisar de mais cinco meses. É a diferença entre perder peso a mais e perder peso quando se está dentro da faixa do normal. Só que o normal tem uma tolerancia de dez quilos e eu quero estar mais próxima do limite de baixo do que do de cima.

À noite fomos novamente às compras. Estou farta de ter que ir às compras para parece ser necessário todas as semanas. É o que dá passar a comer coisas frescas em vez de congelados.
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27 de Setembro, sábado
De manhã vi o filme Two Weeks Notice, que comprei ontem.
À hora de almoço fiz o cheesecake que prometi à Carla, com a ajuda do Pedro.
Quando aquilo saiu finalmente do forno, fomos à costa. Estava a chover mas fomos na mesma.

É assim a minha ideia de praia - o céu cinzento, névoa as ondas a bater contra as rochas. Imensidão e solidão. As pessoas estragam a praia que passa a ser um formigueiro e uma lixeira. Mas é assim. Os humanos são a maior praga do planeta armados em seres superiores. Uma boa altura para se ter alguma perspectiva é quando se vai no barco, a meio dorio e se repara que as construções que se vêem ao longe não são mais do que formigueiros. Quando se elimina a escala é a isso que ficamos reduzidos.
Por acaso o Pedro falou disso enquanto estavamos sentados numa rocha a ver as ondas. A onda chega, bate e volta para trás. Algures na costa oposta está o reflexo desse movimento, tal como num copo de água a balançar. Temos é muita dificuldade em ver coisas que não estejam à nossa escala, mas no fundo os fenómenos são semelhantes independentemente do tamanho.
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28 de Setembro, domingo
Hoje foi a festa de aniversário da Carla. Resolvemos tentar ir de carro, para variar. Ainda fiquei a odiar mais o trânsito de Lisboa. Os sentidos únicos que nos obrigam a dar a volta a metade da cidade antes de se conseguir virar no sentido contrário são uma coisa inacreditável. Mas eu quero virar para ali! Não, só se pode ir em frente.
Ou seja, o Pedro distraiu-se com um velho que, estando mal estacionado estava com o carro de porta aberta a ocupar a faixa e não virou onde devia. Até conseguirmos voltar ao mesmo ponto foi meia hora. Enfim, lá acabámos por chegar.

A Carla resolveu juntar catorze pessoas na sua casinha com salinhas de 8 metros quadrados, o que fez com que acabassem por se formar ois grupos - um na sala e outro na cozinha. Voltei a encontrar a Tânia e a Teresa, que só vejo uma vez por ano nos aniversários da Carla, e conheci o Hugo e a Luísa, companheiros habituais das viagens da Carla. Com as outras pessoas não tive propriamente oportunidade de falar. Ainda estive na sala do piano a tocar com uma menina de 2 anos chamada Joana que estava muito envergonhada quando chegou mas depois acabou por andar a correr de um lado para o outro :)
Por volta da sete os rapazes ocuparam a sala para ver um jogo de futebol e começou toda a gente a ir embora. No fim fiquei eu a Carla e a Tânia na cozinha a arrumar as coisas e lavar loiça até acabar o jogo.

Demos boleia ao Hugo até à Cruz de Pau e voltámos para casa. Costumava fazer aquele caminho algumas vezes, na altura em que a minha mãe tinha consultório em Corroios e reparei que para aqueles lados as rotundas andam a crescer como cogumelos. A Câmara Municipal de Almada gosta mesmo muito de rotundas! Mas pelo menos numa rotunda dá para voltar para trás, o que não se pode dizer da maior parte das praças de Lisboa, como por exemplo o Rossio e a Praça do Chile.
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29 de Setembro, segunda
Hoje atingiu-me finalmente o facto de que vou sair da empresa e ficar temporariamente desempregada. Não há outra solução mas não pensei que fosse ser uma transição tão brusca e certamente não imaginei que me fosse afectar tanto.
Mas apesar de todas as dificuldades, chatices e desentendimentos, acabei por criar grandes laços à empresa e não me consigo ver a desligar e deixar de pensar nisso de um dia para o outro.
Mas pronto. Acabou mais uma fase da minha vida. Só espero não ficar parada muito tempo. Isso é que não seria de todo agradável.
Como forma de tomar contacto com a realidade da questão, respondi a um anúncio de emprego. Agora já não posso voltar atrás.
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30 de Setembro, terça
Como não posso ficar em casa deprimida fui fazer exactamente o oposto - saí e fui tratar das coisas chatas que se têm andado a acumular nos últimos tempos.
Fui à EDP levantar o dinherio de uma nota de crédito - estranhamente, o facto de estar desempregada parece que me fez dar mais valor àqueles 20 euros - e fui à Segurança Social buscar o papel para me inscrever no desemprego. Num dia cinzento e de chuva como este, não é a coisa mais agradável da vida mas tem de ser feito.
No fundo há coisas aqui no meio que para mim não fazem sentido. Como é que é possível eu ter uma casa, computadores, palm e andar de Mercedes e assim de repente passar a estar dependente do subsídio de desemprego? Parece-me totalmente irrealista, como se estivesse a acontecer a outra pessoa. Parece-me que descrito desta forma ninguém acreditaria que é verdade.
Se não arranjo outro emprego depressa dou em doida.

À tarde enviei o currículo para mais umas empresas. E até respondi a um anuncio para um emprego em Londres. Passei montes de tempo a traduzir o currículo, mas respondi.

À noite fui ter com os meus pais ao café e estive a descrever a situação. O meu pai trouxe-me jornais para eu ver os anuncios de emprego e a minha mãe arranjou-me um livro para eu descobrir como dar cabo da praga que está a atacar as minhas plantas. Nada como terapia ocupacional :)

Voltei para casa e estive a ver os anuncios mas não há nada de jeito. Se eu quiser ser explorada tenho montes de anuncios para repsonder, mas para um emprego normal que beneficie da minha experiência profissional, nem um.
Amanhã há mais.
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