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diário :: Abril 2003
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1 de Abril, terça
Hoje estive ocupada sem conseguir dizer exactamente com o quê. Tratei de uma série de coisinhas pequeninas,a tendi telefonemas, etc. Esse tipo de dia. Não consigo dizer se foi produtivo ou não. Mas suponho que sim porque consegui garantir um trabalhinho que andava no limbo há sei lá quanto tempo.
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2 de Abril, quarta
Passei o dia a fazer actualizações para a serranofil.
E o DVD da Buffy nunca mais chega. Faz hoje uma semana. Se não tivesse vindo registado já jurava que nunca o ia ver.
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3 de Abril, quinta
Como a nossa encomenda da Blackstar ainda não chegou e já passou uma semana, o Pedro fez uma pesquisa no site dos CTT com o número do registo e deparou-se com o seuginte resultado: a embalagem encontra-se na estação da Cova da Piedade e foi avisada ontem.
Hello!!! Então onde é que está o aviso?
Fomos até à estação de correios expor o assunto. A senhora que nos atendeu ficou muito nervosa e fartou-se de barafustar que não podia ser assim porque não sabia o que procurar e que o site não tinha nada a ver com o que se passava ali, etc.
Lá encontrou aquilo - aliás, foi só procurar no tabuleiro que tinha atrás dela. Achei aquela reacção bastante exagerada para uma coisa tão simples. A única coisa que perguntámos foi: sabemos que a embalagem está cá mas não recebemos o aviso. O que é que fazemos?
É uma pergunta simples e não me parece merecer tanto embaraço e confusão. O que me parece é o costume: ninguém sabe o que está a fazer. Se as coisas saem um bocadinho da normalidade entram em pânico. É triste.

Enfim. Pelo menos chegou. Foi preciso lutar um bocadinho mas chegou. O registo compensa nestas coisas. Não confio nestes gajos nem um bocadinho.
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4 de Abril, sexta
Ligaram da Imobiliária a dizer que afinal nos vão dar a chave uns dias antes da escritura para podermos fazer a mudança. Se tudo correr bem, mudamos no dia 2 de Maio. O que nos dá o fim de semana para arrumar as coisas.
Não aconteceu mais nada de especial mas já foi o suficiente para me sentir bem durante o resto do dia :)

Ah, e quando chegámos a casa estava no correio o postal do pacote que levantámos ontem - dois dias depois da data que dizia ter sido avisado.
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5 de Abril, sábado
De manhã estive a tentar acabar de ler o About a Boy. Quando só me faltam umas 60 páginas entro em turbo e não paro enquanto não acabar.

O Pedro descobriu que os gatos tinham atirado o telefone ao chão e estava fora do descanso. Estavamos incontactáveis desde ontem sem dar por isso.
Liguei ao meu pai, que já tinha tentado telefonar, e ele foi lá a casa levar-nos mais umas caixas para a mudança e buscar uma estante que demos ao meu irmão.

À tarde demos uma voltinha de uma hora no parque da paz mas foi um bocado torturante porque estava cheio de grupinhos de escuteiros a ocupar todos os locais onde dava para sentar e a rezar a Deus para os ajudar a gostar do paizinhos e da mãezinha. É de vómitos. Se precisam de ajuda para gostar dos papás estão mal.
Não há nada pior que cultos. Se eu alguma vez entregava um filho para um brainwashing daqueles. Safa!

Fugimos daquele antro e fomos às compras. Foi outro horror. Queria comprar uns tops na Zara mas foi só olhar para o número de pessoas que estavam na caixa para pagar e voltar a sair.
Fizemos as compras indispensáveis no Jumbo - que mesmo assim demoraram uma hora graças à irritante enormidade daquilo - e fomos embora.
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6 de Abril, domingo
Fomos almoçar a casa dos meus sogros.
Antes do almoço reunimos com o resto da família do Pedro em casa da Marta. A ideia era cada família usar roupa representativa de um dos países que o Artur e a Mila visitaram.
A nós calhou a Austrália. E apesar da manga curta e da etiqueta a dizer 'Bruce' é bastante melhor do que ser do Tahiti com o fresquinho que ainda está :)
Enfim, não foi uma total surpresa mas serviu para as fotos da praxe com um pequeno twist.
As fotos da viagem estavam giras, como sempre. Adorei principalmente as dos leões do Quénia. Custa a acreditar que dê mesmo para chegar tão perto.

Voltámos para casa com mais caixas e estivemos a empacotar o resto dos livros, alguns DVDs e mais umas tralhas.
Encontrei o saco com as prendas da viagem do Artur e da Mila, que estava tão arrumadinho que já nem me lembrava onde o tinha posto.

Mas quando começamos a amontoar as caixas cheias e a ver que não fazem grande diferença no que ainda falta empacotar, é fácil desanimar...
Sinceramente espero não ter que me mudar novamente nos próximos dez anos. E só me mudo quando tiver dinheiro para pagar a uns tipos para embalarem tudo e não ter que me chatear.
Estou a ficar muito comodista :)

À noite vimos mais dois episódios da Buffy. Já só temos 4. Depois é preciso comprar a série seguinte - bastante mais cara mas com 22 episódios em vez de 12.
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7 de Abril, segunda
Como o Pedro partiu um vidro durante o fim de semana, foi lá um tipo hoje fazer orçamento para a substituição.
É típico. Vivemos na casa cinco anos e a um mês de sair parte-se uma janela.
Ligaram um pouco mais tarde a informar que a brincadeira nos vai ficar em 100 euro.
Vão lá amanhã à tarde.

Descobri que vai sair em DVD a série completa do Poirot. EU adoro as histórias da Agatha Christie, e apesar de gostar mais da Miss Marple que do Poirot, gostei bastante desta série em particular. Só que, como não podia deixar de ser, custa uma fortuna.

À noite vimos mais um episódio da Buffy (só temos mais dois).
Entretanto fizemos pre-order da série 6 porque sai bastante mais barato e encomendámos a segunda série. Vamos lá ver se desta vez chega sem grandes dores de cabeça.

E eu comecei finalmente a empacotar a loiça. Enchi duas caixas, o que equivale a vazar a parte de cima do louceiro. Not bad. Estou a empacotar só o que não usamos - que é mais ou menos tudo. Nós temos loiça suficiente para 20 pessoas. É o que dá ter uma família muito participativa :)

Depois fomos jantar ao chinês. A ansiedade do Pedro em relação à mudança está a sobressair sob a forma de necessidade de ingestão de alimentos.

Eu, por outro lado ando a dormir muito mal. Farto-me de acordar e tenho sonhos estranhos e desagradáveis. Este mês nunca mais chega ao fim...
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8 de Abril, terça
De manhã fomos para o escritório normalmente e à tarde fiquei em casa por causa do homem que ia mudar os vidros. Apareceu às quatro, pontualmente, e despachou-se em pouco mais de uma hora.
Já não estou habituada a serviços que funcionam bem :)
Estou cada vez mais convencida que quanto mais pequeno for o serviço, melhor tem de funcionar, e que as grandes empresas é que não querem efectivamente sabes se as coisas funcionam ou não.

Felizmente a Augusta também foi hoje por isso depois esteve lá a aspirar os bocadinhos de vidro que ficaram espalhados um pouco por toda a parte.
Aliás, a minha mesa é mesmo por baixo da janela e tive que sair enquanto o homem esteve a partir o vidro antigo porque estava a apanhar com lascas.
E ainda cheguei a espetar um bocadinho de vidro na mão mas não foi grave.

No meio disto tudo estive a fazer orçamentos. Foi, portanto, um dia concorrido.

À noite a minha mãe esteve um bocado lá em casa e estive a mostrar-lhe a planta da casa nova.
A sala amarela está cada vez mais cheia de caixas. Ainda não chegam ao tecto, mas já chegam à altura do candeeiro. E ainda falta tanta coisa...

Depois estive a ver a Buffy mas acho que vou desistir de ver os episódios que estão a dar na TV. Como estamos a comprar as séries, prefiro ver por ordem depois.

O Pedro chegou pouco depois, do Kung Fu. Magoado novamente. Desta vez caiu em cheio de costas no chão. Acho que estão a tentar matá-lo ou faze-lo desistir. Sinceramente!
Não há um único dia em que ele venha inteiro do treino.
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9 de Abril, quarta
Quando cheguei ao escritório estavam uns tipos do lado de fora da janela a pintar. E, como não podia deixar de ser, de vez em qundo espreitavam pela janela. Senti-me como um peixe num aquário.

À noite o Pedro ajudou finalmente a encher umas caixas. Vazámos o louceiro e enchemos 3 caixas.

Depois vimos o último episódio da primeira série da Buffy. Agora falta uma semana até chegar a seguinte.
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10 de Abril, quinta
Descobri que o Neil Gaiman vem cá. Vai estar no Fórum Picoas, numa convenção de BD de 1 a 4 de Maio. Fiquei agradavelmente surpreendida até tentar descobrir o programa da visita. É completamente impossível. Não há informação nenhuma. É suposto existir um site oficial do evento mas que ainda não está online e não encontrei mais nada de concreto.
O que me faz confusão é que ele está cá de 28 de Abril a 4 de Maio, o que dá 3 dias antes da convenção, dos quais não consigo encontrar a mínima informação. Estou a pensar escrever-lhe, mas acho que é um bocado parvo estar a chateá-lo só porque vivo num país ranhoso em que as informações mais básicas - de programas e datas de eventos até localizações de casas de banho públicas - são guardadas como segredos de estado.
Aquilo que me irrita ainda mais é como as coisas estão todas a calhar em cima da mudança. Primeiro foi o concerto dos Placebo a calhar na noite antes da escritura e agora isto, no dia antes da mudança propriamente dita. Não me dá grandes hipoteses de disponibilidade...

À noite recebi uma má notícia. A gata branca, que vive com os meus pais, tem, aparentemente, um tumor pulmonar. Há a vaga esperança que seja apenas uma infecção respiratória, e nesse sentido vai fazer antibiótico, mas parece pouco provavel.
Se há uma coisa com que podemos contar na vida é com más notícias.
Não estou a reagir muito mal, considerando, mas também não se pode dizer que esteja feliz da vida.
Fui empacotar mais coisas só para me manter ocupada porque não queria passar o resto da noite a pensar naquilo. Pelo menos vou dar uns dias a ver se ela reage aos medicamentos antes de entrar em pânico.
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11 de Abril, sexta
Descobri um link giro no site do Neil Gaiman: um site com montes de livros, daqueles que já não têm copyright. Chama-se Blackmask.
Fiz download dos livros incompletos da Jane Austen, que ainda não tinha lido - Lady Susan, The Watsons e Sanditon.
Têm montes de versões diferentes de downloads, desde o html simples ao ebook.
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12 de Abril, sábado
Fui às compras.
Tenho tendência para actitudes contraditórias. Estou outra vez a engordar. A roupa começa a ficar apertada e começo a sentir-me mal. Tenho duas opções: ou compro roupa nova que me sirva e aprendo a viver com isso, ou faço dieta.
Como sou eu, faço as duas coisas. Porquê escolher? Assim tenho melhor aspecto enquanto não consigo perder algum peso. Não me sinto muito melhor, mas pelo menos se não conseguir deixar de comer já não preciso de andar embrulhada num lençol.

Não foram umas compras muito estravagantes. A coisa mais cara foi um vestido de verão. De resto foram só umas calças e tops baratuchos da Zara e companhia.
Foi complicado mas consegui finalmente encontrar uns jeans em que não fico com a barriga de fora.
Moda para anorexicas não ajuda nada nestes dias de baixa auto-estima.

Às cinco fui a casa dos meus pais tentar dar a medicação à gata. Não foi fácil. Ela estava escondida debaixo da cama e não queria sair.
Quando lhe dei o comprimido enrolado em fiambre, começou a comer mas acabou por cuspir tudo fora.
Tentei uma abordagem mais directa e enfei-lhe o comprimido pela garganta abaixo. Vomitou.
Fiquei um bocado sem opções...

O Pedro foi ter comigo e tentámos a técnica da toalha: embrulhámos a gata numa toalha, deitámo-la de patas ao ar e voltámos a dar o comprimido. Ficou assim um bocado até termos a certeza que tinha engolido.

Depois fiquei lá mais um bocadinho. Ela comeu um bocado de peixe e foi-se deitar no cesto. Mas está a respirar com muita dificuldade e este stress com os comprimidos não deve ajudar.
Mas é natural que a gata reaja assim. Afinal, já não vivo naquela casa há 5 anos e ela já nem me conhece.
Enfim. Fiz o que pude.

Passei a noite a fazer a baínha às calças novas. Gostava de dar uma tareia no sacana que resolveu que as pessoas têm todas mais um palmo de perna do que o absolutamente necessário.
Acho que é um truque das lojas de roupa para nos cobrarem o trabalho de fazer as baínhas. Isto porque hoje em dia já ninguém sabe ou tem paciência para pegar numa agulha. Eu sei mas irrita-me na mesma. Ou é pronto-a-vestir ou não é!
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13 de Abril, domingo
Foi um daqueles dias aborrecidos, em que não há nada para fazer. Nem sequer pude lavar roupa porque a chover desta forma a roupa não seca e não vale a pena sequer pensar nisso.

Mais para o meio da tarde estive um bocadinho na passadeira, para desenferrujar um bocado e enchi mais umas caixas.

À noite fiz uns camarões e vi o Robin Williams live on Broadway. O Pedro comprou o DVD ontem. É giro. Tem alguns temas em comum com o show do Eddie Izzard, mas sob pontos de vista diferentes. É definitivamente mais americano.
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14 de Abril, segunda
A manhã foi um bocado irritante por razões que não me apetece descrever.
A tarde foi composta de pequenas coisinhas - um orçamento, imagens para tratar, papeis para organizar, etc.

À noite enchi mais uma caixa e vi os Sopranos.

Acho que estou outra vez com anemia e por isso liguei à minha mãe para ver se ela me arranja ferro para tomar.
Ficou combinado que ela passa cá por casa amanhã.

Entretanto parece que a gata não está a melhorar, o que são más notícias. Se o antibiótico estivesse a fazer alguma coisa, ela deveria estar já a reagir. Ao fim de 48 horas geralmente já se nota melhoria.

A vida é cheia de altos e baixos e um mal nunca vem só. São aqueles clichés que presistem por serem inteiramente verdade.
É daquelas coisas em que é impossível não reparar. Quando se fica doente ou mais fraco por qualquer razão, há sempre uma série de infecções calculistas - montes de outras coisinhas irritantes que aparecem todas ao mesmo tempo. E como coisas tão básicas como a fadiga nos enfraquecem fisicamente, parece sempre que acontece tudo ao mesmo tempo. Estilo 'já não bastava este stress todo, agora ainda por cima estou doente' - quando o que origina a doença é o stress.
No meu caso, estou em permanente estado de ansiedade por causa da mudança e todas as burocracias que a rodeiam. Acrescentando a recente preocupação com o estado de saúde da gata, a reacção imediata é que começo a dormir mal. A que se junta rapidamente dores de costas, anemia, alergias, herpes labial, constipação e toda a espécie de outros problemas menos previsíveis ou variáveis. Juntamente com isso há ainda outras coisas independentes do estado de saúde - como o computador pifar ou perder a carteira, por exemplo.
Há grande tendência para acumulações deste tipo. Não sei bem porquê.
O único ponto positivo é que sei que isto vai acabar eventualmente. Não digo que seja seguido de um período particularmente bom, porque esses são raros, mas a maioria dos sintomas irá passar. Saber quando e até que ponto é que vai piorar antes de melhorar é que é complicado.

E pronto. Depois deste desabafo sem sentido, ficamos por aqui.
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15 de Abril, terça
Mais um dia passado a correr de um lado para o outro.

De manhã fomos ao banco buscar as minutas para a escritura.
Vão-nos obrigar a pagar a penalização da amortização, apesar de termos ficado no mesmo banco. Dá logo vontade de mudar. Mas enfim. Já estou a habituar-me a ser espezinhada.
E no novo empréstimo a penalização passa de 2 para 3%. Um dia destes abdico de bancos e passo a guardar o dinheiro da forma tradicional, debaixo do colchão, só para chatear os tipos.

À tarde fomos entregar a papelada à Imobiliária. Queixaram-se logo do banco não querer lidar com eles directamente.
Agora vamos ver se a alteração da lei da Sisa sempre acontece. Se tudo correr bem ainda beneficiamos com isso.
É claro que se descem o valor de um lado vão subir de outro, mas é sempre bom para a moral passar uns dias a pensar que posso vir a pagar menos imposto.
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16 de Abril, quarta
Esta semana parece que está toda a gente de férias. Estou à espera que me enviem um logotipo para começar uma maquete e nada.

Enchi mais uma caixa e tenho que arranjar mais.
Está a fazer-me cada vez mais confusão ter a minha vida toda encaixotada. A casa começa a perder identidade e sobre apenas aquilo de que não gosto.

Recebi um hate mail divertidissimo e respondi-lhe aqui. Para quem estiver interessado.

Continuo a ler o livro do Nick Hornby. Desde o início que acho este livro muito perturbante. Não necessariamente pela temática mas pelo relacionamento dos personagens. Acho que se tivesse um marido assim já lhe tinha partido a cabeça com uma cadeira.
Só vou conseguir dizer se gosto do livro ou não quando chegar ao fim...
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17 de Abril, quinta
Está finalmente online alguma informação sobre o BD Fórum mas nada com muito detalhe. Por exemplo, não dizem os horários em que os vários autores vão estar presentes. Escrevi para lá e responderam que publicarão essa informação brevemente e para escrever novamente se não estiver online até dia 28.
É o que digo - é segredo de estado. Estão com medo de informar as pessoas com mais antecedência porque essa informação pode dar origem a ataques terroristas. Não? Parece ser!

O site do Neil Gaiman, mais actualizado, deu-me más notícias. Diz que ele vai estar lá dia 2 das 6 às 8. Ou seja, no dia da mudança. AHHHHHHHHHHHHHHH! É sempre assim! Com 4 dias à escolha tinha que ser no único em que não posso mesmo.
Porque é que a minha vida é sempre assim?
Enfim. Não é um caso de vida ou de morte mas irrita-me na mesma.
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18 de Abril, sexta
Durante a tarde, a Bela e o Fernando passaram lá por casa para ir buscar uns móveis de que já não precisamos.
O Pedro foi ajudar a levar alguns para casa da Marta e voltou com caixas.
Enchi quase todas. Caixas começam a ser um bem precioso, especialmente porque faltam exactamente duas semanas e ainda vejo muita coisa espalhada pela casa. A maior parte é tralha, que pode ser enfiada num saco ou dois e pronto. Mas faltam ainda muitos cds, por exemplo, e o escritório está totalmente intacto.
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19 de Abril, sábado
Dia de manutenção.
Com a casa praticamente toda empacotada, começa a ser difícil manter as coisas arrumadas. Faz-se o que se pode.

Estive a lavar roupa, que já formava um molhinho interessante. Felizmente o tempo não estava muito mau e a roupa acaba por secar.

À hora de almoço vi o filme 'Road to Perditon' de que não gostei particularmente e depois fui cortar o cabelo.

À noite fomos jantar à Lusitana com a família do Pedro.
Depois do jantar dei um pulinho às lojas e comprei dois tops - um branco e um azul, sem mangas, de gola direita.

Fomos ter a casa dos meus sogros porque o Fernando trouxe um candeeiro para nós. Acabámos por ficar lá quase até à uma.
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20 de Abril, domingo
Fomos almoçar com os meus pais. A minha mãe teve o bom senso de não tentar fazer-nos comer borrego. As batatinhas no forno estavam excelentes.
A minha avó conseguiu contar como morreram todos os animais de estimação que teve, durante o almoço, o que é sempre desagradável, mas enfim.

O meu pai arranjou-nos mais um rolo de papel para embrulhar loiça e enchemos a última caixa.

À noite vi o Amistad, do Spielberg. Nunca tinha visto. É um bocado seca. É muito comprido e com algumas cenas ligeiramente mais lamechas do que o necessário. E apesar de tratar a temática com algum interesse, parece mais interessado em mostrar como os Americanos são tão justos e bons.
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21 de Abril, segunda
De manhã estive a fazer animações para a próxima campanha da Singer. De tarde fiz uma maquete mas ainda devo ir brincar um bocadinho mais com aquilo antes de dar por terminada.

Só faltam duas semanas para a mudança, já não temos caixas e ainda falta empacotar montes de coisas. Acho que dou mais uns dias e depois queimo o resto.

Graças ao feriado na Sexta feira, a segunda série da Buffy só deve chegar amanhã. Mas como raptei uns filmezinhos aos meus pais ontem, não é grave.

Nos dias em que tenho trabalho non-stop não tenho tempo para pensar. è estranho estar a escrever o diário e perceber que o dia se pode resumir a uma frase ou duas. Como é que tento tempo pode ser passado sem nada para dizer?
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22 de Abril, terça
O dia de trabalho foi normal. Tive umas coisinhas para tratar aqui e ali.

Quando regressámos a casa resolovemos verificar o correio novamente e estava lá o aviso da encomenda da Blackstar.
O Pedro foi a correr aos correios buscar aquilo porque estava quase na hora de fechar.

Depois ele foi para o kung fu e eu fiquei a ver um filme chamado Under Suspition. É um bocado previsível mas os actores são bons e acaba por funcionar a esse nível.
É tipo peça de teatro, do ponto de vista em que tem apenas 4 actores e se passa praticamente tudo numa sala. É um remake de um filme francês.

Entretanto o Pedro chegou novamente. Parece que puseram toda a gente a fazer 200 flexões de uma vez e ele teve um ataque de asma. Veio a casa fazer a medicação e voltou para lá.
Sinceramente não era capaz de aderir a um sistema destes. Acho que os tipos abusam.

Vi a Buffy na sic radical - sim, eu sei que não devia continuar a ver fora de ordem, mas não resisto.
Quando o Pedro chegou, jantámos e vimos o primerio episódio da segunda série da Buffy - a série que chegou hoje.
Não gostei muito. Tinha demasiadas coisas que não batiam certo. Mas pronto. Sempre é qualquer coisa para ver.
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23 de Abril, quarta
Foi um dia chato sem nada para fazer. É assim que se desperdiçam anos de vida.

Quando saí do escritório fui a uma loja de móveis ver se encontro uma cama de que goste e saber preços. Andam à volta de 700 euro. Um bocadinho mais do que eu estava à espera, mas logo se vê. Também não é a primeira prioridade.

Quando cheguei a casa consultei o voice mail e retribuí chamadas. Falei com a Carla, que quer ir ver o concerto dos Goldfrapp, e depois com a minha mãe, que está de férias em Melides.
Parece que a gata está a piorar muito rapidamente e é capaz de não passar desta semana. Já não come há alguns dias e não se quer mexer.
Chegado este ponto acho que o melhor é levá-la ao vet e acabar com o sofrimento do bicho. É horrível ter que tomar essa decisão mas não há mais nada a fazer.
Sinceramente não estava à espera que fosse tão rápido.

Ainda não sei bem como me sinto. Estou ansiosa, preocupada e triste mas a distância e o facto de não ter que lidar com a gata todos os dias permite-me manter algum controlo das emoções, que seria impossível se fosse algum dos bichos que vivem comigo. Acho que é normal mas ao mesmo tempo acho que estou a reagir de forma mais fria do que estava à espera. Se calhar porque já passei por isto e sei quanto uma coisa destas me pode deixar a baixo. Acho que estou a lutar por manter uma certa distância emocional. Mas sinto que isso não é justo porque a minha mãe é que tem de lidar com o dia a dia e está bastante abatida.
Gostava de poder fazer qualquer coisa mas não há nada a fazer.

À noite fomos a casa dos meus sogros buscar mais umas caixas.

Às onze fui para a cama e estive a acabar de ler o How to be good. Não detestei mas também não adorei. O outburst do fim não compensa inteiramente toda a irritação do resto do livro. A atitude algo subserviente da personagem feminina irritou-me demasiado. Passei o livro todo a pensar 'pois, isto é obviamente uma mulher escrita por um homem.'
Enfim. Tem algumas coisas com piada e se ela fosse mais 'assertive' não se chegava àqueles extremos ridículos e o livro perdia algum do seu sentido, por isso até entendo.

Agora não sei o que ler a seguir. Tenho montes de livros mas já estão todos empacotados. Acho que sou capaz de ter que roubar um dos do Pedro :)
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30 de Abril, quarta
Hoje é o aniversário de casamento dos meus pais. Fazem 31 anos de casados.
Fomos ter com eles para ir jantar fora.

Infelizmente, quando cheguei a casa deles, a gata estava mesmo nos seus últimos momentos e acabou por morrer. Senti-me com uma certa falta de ar. Há poucas coisas mais aflitivas do que ver um bichinho indefeso a sofrer e não poder fazer nada.

Como se pode imaginar, o jantar não foi propriamente muito alegre. O meu pai estava bastante abatido mas a tentar disfarçar. É daquelas coisas típicas da educação dos homens. è contra as regras mostrar emoção.
Mas mesmo que se queira manter a distância, os nossos gatos são parte da família e fica um grande vazio quando eles morrem.
De vez em quando ainda acordo a meio da noite a pensar na Ginger ou nos outros pequeninos que viveram cá em casa tão pouco tempo. Ainda não consigo aceitar. Sinto que devia ter feito alguma coisas ou que foi culpa minha. Analiso todos os passos para ver se podia ter feito alguma coisa diferente.
E a conclusão é: sim, podia ter feito algumas coisas diferentes. Mas isso ia mudar alguma coisa?

Com a branquinha não havia nada a fazer. Mesmo que a doença tivesse sido diagnosticada mais cedo, tudo isto era inevitável.
Mas não deixa de parecer injusto.
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